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Flavia Guerra

REPORTAGEM

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Maria Bethânia conta sua história pela primeira vez; veja trecho inédito

Colunista do UOL

12/08/2022 04h00

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"Maria - Ninguém Sabe Quem Sou Eu", de Carlos Jardim, chega aos cinemas somente no dia 1º de setembro, mas tanto o teaser do filme quanto o trecho obtido com exclusividade por Splash já deixam nos fãs de Maria Bethânia e nos espectadores a vontade de conferir a vida e obra da cantora pelo olhar de quem muitas vezes não é convocado para contar esta história: a própria Bethânia.

No trecho exclusivo para o UOL, a cantora fala de seu pai, Seu Zezinho. "Um trabalhador brasileiro, funcionário público honrado. Apaixonado por poesia!", diz ela. No teaser, ela comenta que gosta de muitos sons, muita felicidade. "Sou apaixonada pela vida, pelas alegrias que a vida me dá"" diz. E completa: "Eu sou uma pessoa, com erros, acertos e tenho uma voz que Deus me deu. O grande sinal de Deus em mim é minha voz".

Em vídeo inédito, Maria Bethânia fala de seu pai, Seu Zezinho

do UOL

É esta voz que Carlos Jardim decidiu ouvir para contar a história de Bethânia, sobre seus 76 anos de idade e seus 57 anos de carreira, da infância, da família e dos amigos. Não há o tradicional formato de documentário que ouve, num jogral afetivo em se tratando de homenagens de cinema a grandes personagens como a cantora, diversas personalidades que ou fizeram parte da vida dela ou que analisam sua importância e trajetória.

O que há é a voz de Bethânia, falando de si, de seu dom, de, além de Seu Zezinho, da célebre Dona Canô, de Caetano, um diário pessoal e límpido. "Caetano é mestre do meu barco desde que eu nasci. Ele me ensinou a andar, a dar os passos", diz ela sobre o irmão, que completou 80 anos há pouco.

O depoimento atual, inédito e exclusivo gravado no teatro do Hotel Copacabana Palace, é entremeado de falas, imagens raras que, fruto do processo de pesquisa, encontradas nos arquivos da TV Globo e da TV Bahia, afiliada da Globo, tais como ensaios do show histórico que Bethânia e Chico Buarque fizeram em 1975, além do espetáculo que a cantora e Caetano realizaram em 1978. Há ainda trechos do longa "A hora da estrela", de 1984, baseado na obra de Clarice Lispector e dirigido por Suzana Amaral, com a atriz Marcélia Cartaxo no papel de Macabéa.

O filme também conta com participação especial de Fernanda Montenegro, que narra cinco textos marcantes sobre Bethânia, que são ilustrados com imagens que foram clicadas por "fãs-fotógrafos" da cantora. O diretor garimpou nas redes sociais dos fãs-clubes de Bethânia e as incorpora no filme, num diálogo também com quem ajudou a construir sua história.

Os textos são de nomes como Ferreira Gullar, Nelson Motta, Fauzi Arap, Caio Fernando Abreu e Reynaldo Jardim, autor do livro "Bethânia guerreira guerrilha". Sobre o livro, Bethânia conta que por conta da publicação e do fato de ter realizado o espetáculo "Opinião", foi presa de madrugada em casa durante a Ditadura Militar e levada para o Dops (Departamento de Ordem Pública e Social).

Para os fãs ansiosos por trechos das canções e apresentações de Bethânia, o filme traz momentos de "Olhos nos olhos" (Chico Buarque), "É o amor" (Zezé di Camargo), "Gita" (Raul Seixas"), "Amor de índio" (Beto Guedes) e "Álibi" (Djavan)