Prestes a completar um ano no ar, 'Domingão com Huck' soube se reinventar

Em setembro Luciano Huck completará um ano à frente do "Domingão". Alvo de muitas críticas e certo estranhamento do público por imprimir um estilo diferente do consagrado por Fausto Silva na faixa, o apresentador mostrou, com paciência, que reinvenção na TV também é questão de hábito. O episódio do último domingo (15), com estreia do "Lipsync Battle", é a prova de que programa tem andado atento às tendências e procurado fugir do óbvio caminho dos domingos, muito apoiado em assistencialismo e apelação.

O que tem se percebido nos últimos meses é que Huck conseguiu conferir uma nova embalagem para um horário que há tempos já não contava com tantas novidades em questão de formato. A audiência, inconstante no começo da mudança, hoje responde bem e mantém números em torno dos 17 pontos, marca alcançada também por Faustão. A força da marca também segue mantida: basta ver como o número de doações para o "Criança Esperança" aumentou consideravelmente enquanto a atração estava no ar.

A fórmula de rejuvenescimento do horário é simples: ouve-se a internet - caso da hashtag #DMG -, mas sabe-se que o público do sofá precisa compreender tudo o que é exibido. Nesse sentido, é preciso que os espectadores se identifiquem com as histórias e encarem a tudo com otimismo. A correção de rumo foi clara: antes apoiado em histórias pretensamente inspiradoras, mas tristes, o "Domingão" entendeu que um país em crise como o Brasil precisa encontrar motivos para sorrir - e, vamos combinar, Paulo Vieira dublando "Frozen" é uma ótima razão.

Em tempos de imediatismo, o programa de Huck prova que paciência e ajustes pontuais são o melhor caminho na televisão. Em algum momento esse projeto poderá servir de exemplo para atrações em crise após a estreia.