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Não é exagero afirmar que Bial, Tatá e Gentili estão no ar hoje graças a Jô

Colunista do UOL

05/08/2022 14h55

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Em 1987, quando decidiu deixar uma carreira bem-sucedida no humor da Globo rumo ao SBT como o homem mais bem pago da TV brasileira, Jô Soares decidiu mudar radicalmente de carreira. Deixou os esquetes e personagens consagrados como Norminha e Capitão Gay para se arriscar em um programa de entrevistas inspirado no formato original americano.

Fã de Johnny Carson e David Letterman, o apresentador emplacou um talk show na televisão aberta, em canal popular, para falar sobre os mais diversos assuntos. Na visão míope de executivos de algumas emissoras, poderia dar muito errado, uma vez que Jô era conhecido como humorista, no sentido tradicional do ofício, com piadas, bordões e programa semanal. Ledo engano. Deu tão certo que, após o SBT, ele voltou para a Globo. Ao todo foram mais de 15 mil entrevistas e um caminho aberto para muitos outros.

Não é exagero dizer que foi a ousadia do apresentador que permitiu que atrações como "The Noite", "Agora É Tarde", "Programa do Porchat", "Lady Night" e "Conversa com Bial" - sucessor do "Programa do Jô" - só existem graças a seu pioneirismo. Se Pedro Bial, Danilo Gentili e Tatá Werneck têm projetos bem sucedidos no formato é graças ao pioneirismo de um homem que ousou trocar de carreira no auge do sucesso. Cada um desses talk shows possui em seu DNA uma marca indelével do legado construído por Jô Soares, que nos deixou nesta sexta-feira (5), aos 84 anos.