'Drag Race' só com campeãs prova que nem todo reality precisa de eliminação

Atualmente no ar nos Estados Unidos e viralizada em todo o mundo, a sétima temporada de "Ru Paul's Drag Race All Stars", composta apenas por campeãs do reality original tem se mostrado, de longe, uma das melhores edições dos últimos tempos da franquia. Desgastado por causa de suas muitas versões - e ofuscado pela ótima atração espanhola -, o programa reúne oito drag queens em uma competição extremamente otimista.

Cientes de que é preciso celebrar os legados das vencedoras, os jurados só dão feedbacks positivos. Entre elas, o clima também é amigável. E, ao final de cada episódio, surpreendentemente, não há eliminação. Como poderia, então, um reality show tão "chapa branca" oferecer alguma diversão ao espectador? Por incrível que pareça, isso se cumpre com louvor. Além de mais caprichadas, as provas são genuinamente divertidas. Personalidades sumidas há anos, como Jinkx Monsoon e Raja, roubam a cena com sua espontaneidade e elegância, respectivamente.

No encerramento de cada episódio, as mais bem avaliadas ganham estrelas, como num sistema de pontuação, e também o direito de bloquear uma colega, com bom humor e um leve ranço, apesar das aparências. Há alianças formadas - entre Trinity The Tuck e Monet X Change - e rivalidades declaradas - entre Jinx e The Vivienne. O que essa nova edição da franquia de sucesso, ganhadora de múltiplos Emmys, mostra é que nem todo programa do gênero precisa de eliminação a cada episódio ou de muitos barracos para ser bem-sucedido.

Esse foi um enorme acerto de RuPaul. E ela certamente sabe que essa mudança de formato pode indicar novos rumos para a sua atração. Em um tempo de tantas tensões, certa leveza em competições caiu bem. A quem estiver curioso, os episódios estão disponíveis no streaming WOW Presents Plus, disponível no Brasil.