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Marilu Bueno era atriz dos sonhos para o núcleo de humor de qualquer novela

Marilu Bueno  - Globo
Marilu Bueno Imagem: Globo

Colunista do UOL

22/06/2022 19h26

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Marilu Bueno não era uma das coadjuvantes mais populares das novelas para as quais era escalada à toa. A atriz, que morreu nesta quarta-feira, aos 82 anos, se tornou uma das figuras mais carismáticas da dramaturgia nacional. Era garantia de sucesso para qualquer autor nas cenas em que estava. Ainda que não fosse protagonista, na maioria das novelas nas quais atuou acabava roubando a cena. Foi assim, por exemplo, em "Estúpido Cupido", em 1976, na qual interpretou a divertida Mariinha, assim mesmo, com dois is.

Em "Guerra dos Sexos", de 1983, teve papel tão marcante como a empregada Olívia que acabou escalada também para o remake exibido em 2012, revivendo a mesma personagem. O bom humor com que encarava seus papéis a transformou em destaque em "A Gata Comeu", de 1986, na qual viveu um romance icônico com o saudoso Cláudio Correa e Castro (1928-2005). O sorriso fácil, aliás, a levou também ao público infantil. A fada Margarida, da novelinha matinal "Caça Talentos", estrelada por Angélica em 1996, marcou a vida de muitos adultos hoje em dia.

Nem sempre, no entanto, a leveza de suas personagens encontrou ambiente descomplicado. Em "De Corpo e Alma", de 1992, interpretou Lacy, mãe da protagonista que precisava de um transplante de coração, vivida por Cristiana Oliveira, e também da jovem Yasmin, papel de Daniela Perez, que acabou assassinada covardemente na reta final da trama, por Guilherme de Pádua. Coube a Marilu, por exemplo, dar desfecho para a história da personagem nas versões nacional e internacional do folhetim de Gloria Perez.

Em seu último papel, em "Salve-se Quem Puder", de 2020, pisou fundo na comédia ao formar um triângulo amoroso com Grace Gianoukas e Cosme dos Santos, fazendo o que sabia melhor: levar o público às gargalhadas. As novelas da Globo perderam uma grande integrante de seus núcleos de humor.