Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Gil do Vigor e Ana Maria Braga, juntos, fazem história para os LGBTs na TV
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Ninguém duvida da importância de Ana Maria Braga para a TV brasileira. Dona de um dos programas mais tradicionais do país, voltado para as donas de casa, com público em sua maioria conservador, a apresentadora mostrou que acompanhou o progresso e as mudanças da sociedade. Ao longo dos anos, manteve-se crítica, seja usando um colar de tomates para criticar os preços ou deixando claro em seu discurso o desejo de mudanças.
Da mesma maneira, o valor de Gil do Vigor precisa ser reconhecido. Gay, afeminado, extrovertido e inteligentíssimo, desde que surgiu na tela da Globo, no "BBB 21", virou mania nacional. É garoto-propaganda de banco e universidade, tornou-se exemplo de superação por meio da educação. E mostrou que, num país por vezes avesso à diversidade, tem lugar, sim, para a discussão em rede nacional.
Juntos, Ana Maria e Gil, com naturalidade e sem alarde, quebraram um paradigma na televisão brasileira. Pela primeira vez, um matinal, tradicional e conversador, mostrou um homossexual buscando parceiro em um quadro de namoro. Comandado por Talitha Morete, o segmento do "Mais Você" acompanhou o ex-BBB e economista conversando com diversos pretendentes. Perguntado sobre seu tipo físico, Gil foi direto e reto: "Se for homem já tá bom. Se for bonitinho então melhor ainda". Escolhido para um encontro, Raimundo, um dos concorrentes, afirmou, sobre roupas íntimas: "Prefiro ficar em casa de samba canção, mas, para encontrar o Gil, eu vou de cueca".
Declarações como essas parecem banais - e são -, mas normalmente não são encaradas dessa maneira. Não precisa ir muito longe para lembrar que novelas precisaram matar personagens LGBTs para não desagradar o público, fazer com que parecessem amigos próximos ou vetar beijos quando assumidos. Fora do horário noturno, com classificação indicativa voltada para todas as famílias, Gil do Vigor, Talitha Morete e Ana Maria Braga deram um passo importantíssimo.
Este quadro é a prova de que causas legítimas precisam de bons aliados. E que o pensamento conservador por trás de algumas emissoras está atrasado em relação à sociedade. O Brasil está mais do que pronto para naturalizar a diversidade nas relações.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.