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ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Boicotada, 'Um Lugar ao Sol' chega ao fim como pior audiência do horário

Cauã Reymond, o protagonista de "Um Lugar ao Sol"  - Globo/Fabio Rocha
Cauã Reymond, o protagonista de "Um Lugar ao Sol" Imagem: Globo/Fabio Rocha

Colunista do UOL

25/03/2022 06h32

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Por causa da pandemia, "Um Lugar ao Sol" teve suas gravações interrompidas e estreia adiada por três vezes. Estreia de Licia Manzo no horário nobre, a trama passou um ano na gaveta da Globo. Seria compreensível, portanto, que, ao finalmente entrar no ar, o folhetim ganhasse atenção especial da emissora. O que se viu, no entanto, foi o caminho contrário. Com acúmulo de produções paradas por causa do coronavírus, a Globo decidiu anunciar, em grande estilo, que produziria um remake de "Pantanal". Ou seja: divulgou uma atração que sucederia um lançamento que ainda não tinha ganhado a atenção do público.

"Um Lugar ao Sol" entrou no ar, portanto, para fazer sala para uma novela que ainda nem tinha começado a ser gravada. Ao invés de divulgar a história dos gêmeos separados no nascimento, a emissora preferiu promover o clássico de Benedito Ruy Barbosa e ainda fazer mistério em torno de quem seria a nova Juma, personagem que caberá a Alanis Guillen.

É inegável que a história de Cristian e Renato, vividos por Cauã Reymond, tem grandes qualidades. O texto de Licia Manzo, como já provado em produções como "Sete Vidas" e "A Vida da Gente", é um primor. Apesar de ter trazido temas importantes como bissexualidade, relacionamentos com diferença de idade ou violência doméstica, a novela cometeu o mesmo erro de "Amor de Mãe", igualmente bem escrita: esqueceu que um formato tradicional, apesar de constantemente em reinvenção, não pode deixar de lado um núcleo cômico forte. O Brasil já anda por momentos sisudos demais.

Por causa do boicote sofrido e pela densidade de sua trama, "Um Lugar ao Sol" termina nessa sexta-feira (25) como a pior audiência da história das novelas das nove da Globo, com média em torno dos 22 pontos. Antes disso, o título pouco lisonjeiro ficava com "Babilônia" e "A Lei do Amor", que obtiveram cerca de 26 pontos somados do início ao fim. Não merecia.