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Na volta do Carnaval, cargo de rainha de bateria sai por até R$ 500 mil

Viviane Araújo, rainha de bateria do Salgueiro, não precisa pagar pelo posto - Reprodução/Instagram
Viviane Araújo, rainha de bateria do Salgueiro, não precisa pagar pelo posto Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista do UOL

23/03/2022 12h03

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O retorno dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo reaqueceu um mercado que estava há muito tempo parado por causa da pandemia: o da venda de cargos de rainha de bateria e musa de alas.

No Rio de Janeiro, principal vitrine do Carnaval, um cargo de rainha de bateria pode sair por até R$ 500 mil. Foi esse o valor desembolsado - e nunca oficialmente confirmado - por uma ex-candidata a deputada e influenciadora. Carnavalescos ouvidos pela coluna afirmam que esta cifra está inflacionada e, dependendo da popularidade da candidata à rainha, o posto sai mais barato: R$ 200 mil ou R$ 300 mil, uma vez que o nome da agremiação será divulgado na imprensa.

Já o posto de musa pode oscilar entre R$ 100 mil e R$ 200 mil. Ex-BBBs de edições passadas, por exemplo, já desembolsaram o valor. O valor varia também de acordo com a escola. Se está no grupo especial e vai aparecer na Globo, vale mais. O amor pela agremiação, no entanto, não se torna fator decisivo. No ano passado, durante a negociação, barrada por uma cantora, uma autointitulada influenciadora migrou com seu dinheiro para outra escola, sem problemas.

A venda de postos no Carnaval não é exatamente novidade. Gracyanne Barbosa, por exemplo, foi destronada da União da Ilha sob esse pretexto. A prática é muito criticada, já que famosas - ou aspirantes a subcelebridade - pagam para ocupar um lugar que por direito seria de alguém da comunidade. Muitas, inclusive, não sabem sambar, só querem mesmo os holofotes.

Fogem à regra nomes como Vivianne Araújo, Paolla Oliveira e Claudia Raia, queridas pelas comunidades - Salgueiro, Beija Flor e Grande Rio - e frequentadoras dos ensaios.

Por outro lado, os carnavalescos que conversaram com a coluna, mas não quiseram se identificar para evitar climão, afirmam que há um outro lado. O dinheiro trazido pela venda de postos como o de rainha de bateria financia a confecção de parte das fantasias de algumas alas.