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Veto a celulares mostra que famosos não temem covid: medo é do cancelamento

Neymar proibiu postagens nas redes sociais durante sua festa de cinco dias de duração - Reprodução / Internet
Neymar proibiu postagens nas redes sociais durante sua festa de cinco dias de duração Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

28/12/2020 13h09

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Resumo da notícia

  • Para evitar cancelamento como ocorreu com Carlinhos Maia, regra dos famosos é vetar vídeos de suas baladas
  • A atitude não mostra preocupação com a saúde, mas, sim, o receio com danos à imagem
  • Além de Neymar, Gabigol prepara festa; no Rio Grande do Norte, Thiaguinho e Dennis preparam show para multidão

Com a segunda onda da pandemia mostrando seus efeitos e mais de 190 mil mortes acumuladas no Brasil, não é surpresa a revolta de muitos com as festas organizadas por ricos e famosos pelo país. Socialites, jogadores de futebol e atores têm sigo alvo de uma verdadeira devassa nas redes sociais em busca de uma única resposta: estariam eles respeitando o isolamento e cumprindo normas sanitárias? Depois de Carlinhos Maia, que reuniu influenciadores em Alagoas em uma balada sem máscara e sem distanciamento, Neymar deu início à sua comemoração de Réveillon prevista para durar cinco dias. Após vazar a informação de que o evento aglomeraria 500 pessoas, a empresa responsável pela organização afirmou que seriam, na verdade, 150. Ah, bom.

Fato é que depois do escândalo provocado pela festa de Carlinhos Maia - que teve casos confirmados de covid-19 em convidadas como Mileide Mihaile e Laís Araújo -, personalidades querem evitar o cancelamento nas redes sociais. Para evitar dar qualquer tipo de satisfação aos seguidores, a ordem é uma só: vetar o uso de celulares para registrar tais momentos. Nada de stories no Instagram ou vídeos no Tik Tok: a ideia é evitar o burburinho.

O que esse tipo de atitude mostra? Que o medo dos famosos não é contrair coronavírus, é ser pego no flagra e ter de responder por organizar grandes eventos durante uma pandemia. Além de Neymar, jogadores como Gabigol também preparam festas para os amigos. Obviamente que no fim de ano todos querem celebrar e, em menor escala, respeitando regras, pode ser até tolerável. Afinal, famílias e amigos podem cumprir isolamento juntos, testes com janela imunológica podem ser feitos. Tais normas não se aplicam, claro, a uma balada com centenas de convidados.

Há, no entanto, quem não ligue para as críticas. O influenciador Lucciano Grzeszczak, por exemplo, exibiu nos stories para seus mais de 56 mil seguidores uma festa deixando claro na legenda que ela era para mais de 200 pessoas em Trancoso, na Bahia, onde estão vários milionários, com a hashtag #FuckCovid (Foda-se a covid). Talvez seja uma releitura do primeiro cancelamento da temporada pandêmica, quando Gabriela Pugliesi publicou vídeos dizendo "Foda-se a vida".

No Rio Grande do Norte, depois de ser proibido, o Réveillon de São Miguel do Gostoso, que pode sair por mais R$ 5.000, teve início reunindo uma multidão sem máscara e sem distanciamento. Entre as atrações, estão Vintage Culture, Dennis, Thiaguinho e Pedro Sampaio. Esses artistas, no caso, parecem ter zero peso na consciência por se apresentar em uma festa com tais características.

Em 2021, passados alguns dias da virada do ano, veremos os efeitos de tantas aglomerações. Hoje, cidades possuem hospitais lotados e leitos da UTI com alta ocupação. Talvez para famosos que não podem esperar para fazer festa de aniversário dos filhos ou promover festas particulares para centenas, os efeitos não sejam apenas de saúde. Do peso na consciência e do dano à imagem de quem deveria dar o exemplo não dá para fugir.