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'MasterChef' não parece um reality show feito em tempos de pandemia

Participantes da nova temporada do MasterChef Brasil  - Reprodução / Internet
Participantes da nova temporada do MasterChef Brasil Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

15/07/2020 00h38

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Resumo da notícia

  • Reality show voltou com participantes cozinhando sem máscara e provando comida um do outro
  • Concorrentes não respeitaram distanciamento em vários momentos ao longo do episódio
  • Novo formato do "MasterChef" terá um vencedor por semana

Galinha dos ovos de ouro da Band, o "MasterChef" voltou ao ar nesta terça-feira (14) com uma temporada diferente. Agora, o vencedor será decidido a cada episódio, com novos participantes toda semana.

Neste sentido, o programa retornou mais parecido com um game show do que com um reality, uma vez que não acompanharemos a trajetória dos concorrentes, seus conflitos e sua evolução. O formato acaba por se assemelhar ao de projetos como "Guerra dos Bolos".

O que chama atenção neste retorno da atração de gastronomia é que ela não parece em nada com uma produção feita em tempos de pandemia. Embora protocolos de segurança tenham sido criados com distribuição de álcool em gel nos bastidores e afastamento da bancada dos participantes, pouco do esforço se vê refletido na tela.

Os participantes cozinham todos sem máscara. Uma delas, aliás, usava grandes brincos e um grande colar. O distanciamento entre os concorrentes também não foi respeitado, com um colega chegando a provar a comida do outro durante o preparo. Em alguns momentos, quatro pessoas ficaram lado a lado sem a distância recomendada de um metro e meio.

Os jurados também permaneceram próximos - Henrique Fogaça e Erick Jacquin chegaram a passear pelo mezzanino e bater papo quase coladinhos. Paola Carosella pareceu mais cuidadosa neste sentido.

Dá para entender as razões que levaram a Band a trazer de volta o "MasterChef". O programa é uma mina de dinheiro e tem fila de patrocinadores. Como a coluna havia antecipado, a Amazon entrou para o grupo de anunciantes. E, mesmo com limitações, contou boas histórias, como a do vencedor do primeiro episódio. A audiência se manteve em torno dos quatro pontos, mesma média da temporada anterior.

Mas o programa perdeu uma grande chance de educar a população brasileira em tempos de isolamento social. Não custava dar uma máscara transparente aos cozinheiros, como fazem muitos dos programas de culinária com seus chefs convidados.