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Opinião

Bicheiros em crise: o principal problema de 'Os Donos do Jogo' na Netflix

Tive a oportunidade de maratonar no fim de semana a extraordinária série "Os Donos do Jogo". A produção brasileira narra uma versão ficcional das rixas entre bicheiros no Rio de Janeiro, nos moldes do que tínhamos acompanhado no ótimo documentário "Vale o Escrito", da Globoplay. A temporada acompanha a trajetória de um jovem intrépido em busca da ascensão na cúpula dos contraventores.

Não vi muitas produções audiovisuais mais interessantes nesses últimos tempos. É uma alegria ver diferentes plataformas de streaming investindo em propriedades intelectuais que dialogam tão bem com o imaginário popular do Brasil.

"Os Donos do Jogo" consegue fazer com que a gente se conecte com os personagens e aquelas tramas rocambolescas rapidamente. Além do roteiro razoavelmente surpreendente, apesar de algumas viradas previsíveis, as atuações estão em um nível muito alto.

Giullia Buscacio e Mel Maia roubam a cena como as irmãs cuja briga é o coração da história. Acho até que a série deveria se chamar As Donas do Jogo. Mas tergiverso. O elenco todo é muito bom, com as luminosas presenças de, Juliana Paes, Chico Diaz, Xamã, Ruan Aguiar e grande elenco, além do protagonista André Lamoglia muito bem como action hero -apesar do tom monocórdio meio irritante.

O principal problema de "Os Donos do Jogo" é a falta de generosidade na quantidade de episódios. Sou de uma época que qualquer série de TV tinha pelo menos 22 episódios por temporada. A Grande Família, que saudades, chegou a ter 38 episódios em várias temporadas de sua longa jornada na Globo.

Assisti a rigorosamente tudo em dois dias e agora terei que esperar um ano, talvez mais, para continuar prestigiando toda a maldade e falsidade daqueles calhordas que não existem. Uma pena. Material para inspiração dos roteiristas certamente não falta.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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