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Opinião

Onda de remakes mete medo até no Batman

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Não é só no Brasil que a onda dos remakes invade as telinhas. Se aqui estamos enfrentando novas interpretações de Pantanal, Renascer e em breve Vale Tudo, os desenhos animados de Hollywood também estão caprichando na falta de imaginação.

Batman: Cruzado Encapuzado é outra adaptação do morcegão, mais ou menos a milésima só neste século. A novidade é a ambientação "noir". A trama se passa nos anos 1930, então teremos a oportunidade de acompanhar um Bruce Wayne analógico, tendo que mandar um telegrama em vez de tuitar alguma gracinha. Não sei se me empolga.

O personagem é um dos mais castigados pela monocultura pop. Uma vez estabelecido como uma das propriedades intelectuais mais lucrativas, é usado à exaustão nas mais variadas mídias. Todo mês saem dezenas de gibis diferentes dele como protagonista e existem pelo menos duas séries de filmes atualmente em desenvolvimento -além dos produtos derivados, é claro.

Santa paciência, diria o Robin. O medo de expandir os horizontes e testar possibilidades para emplacar outros personagens aponta um futuro perigoso. Será que é sustentável essa hiperexposição do Batman nos próximos anos? E onde vão cavucar depois que ele não servir mais?

Bom, mas pelo menos o Encapuzado Cruzado tenta trazer alguma abordagem diferente. Mais triste é a nova versão de Watchmen -que surgiu como uma série em quadrinhos de 12 edições, depois virou um filme medonho do Zack Snyder e uma produção elogiada da HBO, e agora volta como o desenho animado mais feio do mundo.

O trailer lançado nesta semana é simplesmente pavoroso do ponto de vista estético e também conceitual. Não dá para entender por quais motivos alguém aprovaria aquilo. Talvez para irritar Alan Moore, escritor da obra original e um ferrenho detrator das adaptações da Warner.

Parece que o público está com menos tempo para conhecer novidades e os produtores com muito medo de oferecer coisas diferentes. Se continuar assim, daqui a um tempo vai faltar até material original para ganhar remake.

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