Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Casa Kalimann é um fenômeno único na história do Brasil
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Quando a Globo anunciou que investiria na carreira de Rafa Kalimann após o BBB 20, muita gente ficou confusa. Tratava-se, até ali, de uma personalidade do Instagram que havia engajado no reality na qualidade de régua moral para os adversários. Como transformar isso em entretenimento recorrente?
Sem histórico reconhecido de atriz ou apresentadora, agora fica claro que a aposta da Globo não era apenas nos eloquentes números de seguidores e índices de engajamento, mas também na capacidade de polarização em torno do seu nome.
A personagem espevitada que conduz a atração da Globoplay lembra muito pouco as personalidades pregressas de Kalimann. É uma exacerbação cênica de algumas fagulhas do que apresentou no BBB e nas redes sociais.
E a estranheza causada por essa dinâmica artificial é muito interessante. Mesmo com as críticas mais acachapantes, todos os vídeos com trechos do programa viralizam com raro vigor. E quem se dispõe a criar conteúdo em cima da Casa Kalimann também recebe um incremento de popularidade.
O canal O Brasil que deu Certo, por exemplo, ostenta mais visualizações no YouTube em vídeos referentes ao programa do que na cobertura dos realities da atual safra —até o BBB 21 fica para trás em uma comparação rápida.
Na maior parte do tempo, Casa Kalimann não procura fazer muito sentido, investindo em um humor de constrangimento que faria Eric Andre sentir orgulho. E começa a ganhar uma aura cult, como o filme The Room ou a Liga da Justiça do Zack Snyder.
São pontos positivos para a Globoplay. Além de incrementar seu portfólio com uma maluquice que não teria espaço em muitos outros lugares, garante uma dose generosa de repercussão semanal. Todas as plataformas estão procurando fenômenos assim.
E nunca houve nada parecido por aqui. Não estranharia se ganhasse uma nova temporada em breve.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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