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Opinião

Arte urbana preserva a memória de George Floyd, cinco anos após sua morte

Essa semana fez 5 anos que George Floyd foi assassinado de forma covarde pela polícia nos EUA. De lá pra cá, seu nome virou sinônimo da luta contra a violência racial dentro e fora dos EUA. Dos quatro policiais envolvidos no caso, dois seguem presos e dois estão livres. A morte de Floyd gerou uma série de protestos, muitos em forma de arte em diversos países.

Para documentar esses registros, Todd Lawrence e Heather Shirey, professores da Universidade de St. Thomas, em Minneapolis, Minnesota, criaram o banco de dados George Floyd And Anti-Racist Street Art, que funciona como uma biblioteca de arte virtual gratuita. Lançada semanas após o assassinato, hoje conta com mais de 500 obras de arte urbana que tratam do tema antirracista.

No site deles é possível ver onde estas obras foram feitas e saber mais sobre os artistas e o contexto. No Brasil, foram catalogadas 8 obras, todas do Nós Artivistas, realizadas no auge da pandemia. As obras brasileiras já não existem mais, eram pinturas no chão que se desgastaram com o tempo ou com recapeamento. No site americano elas seguem intactas. O objetivo da coleção é justamente preservar as obras de arte para as gerações futuras. Segundo Lawrence, "este banco de dados servirá como um recurso para mostrar às pessoas que houve um movimento poderoso e uma articulação de mensagens e arte antirracistas que emergiram desse movimento. As pessoas podem tentar pintar por cima e lavar, mas esperamos que, graças, ao nosso banco de dados, não seja possível lavá-las completamente."

Obras mais duradouras de outro tipo de arte urbana, escultura, também foram realizadas em homenagem a Floyd. Atualmente, existem pelo menos três esculturas públicas dedicadas a ele nos Estados Unidos. Em Nova York, Chris Carnabuciu criou um busto de 1,82 metro de altura que hoje se encontra em Manhattan. A escultura é feita de camadas de madeira e foi vandalizada duas vezes, mas restaurada com apoio da comunidade. Em Newark, Nova Jersey, o artista Stanley Watts esculpiu uma versão em escala 1:1 de Floyd sentado em um banco, com um espaço ao lado para as pessoas sentarem. E em Charleston, Carolina do Sul, no ano passado, o International African American Museum inaugurou uma obra do artista Dan Reisner. A escultura apresenta anéis de árvore na base do pescoço, simbolizando o tempo que Floyd ficou imobilizado durante sua morte.

Escultura de George Floyd por Dan Reisner
Escultura de George Floyd por Dan Reisner Imagem: Redes sociais

Ao contrário do grafite, que tem uma duração menor por natureza, as esculturas resistem mais ao tempo. Vândalos costumam ser mais eficientes na destruição. Por isso, a reação da comunidade em preservar e restaurar dano nestas obras deve ser valorizada. Para que a mensagem de luta contra a injustiça permaneça.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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