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A trajetória de Fernanda Marques na arquitetura nacional

Por: Flávia Viana

Com 35 anos de carreira, a arquiteta e designer Fernanda Marques construiu uma trajetória marcada por inovação e sensibilidade. Reconhecida internacionalmente por sua produção que integra arquitetura, interiores e design de produto, Fernanda compartilha sua visão sobre o legado que deseja deixar, os desafios da criação autoral e a importância de representar o Brasil em plataformas globais.

Fernanda Marques
Fernanda Marques Imagem: Divulgação

"Mais do que construir uma carreira ou reunir um portfólio expressivo, o que desejo deixar é um legado de coerência", afirma. Para ela, a arquitetura e o design são formas de transformar a maneira como vivemos e sentimos o mundo. "Sempre mantive uma linguagem autoral, mas nunca fechada, sempre aberta às transformações do tempo, ao diálogo com a arte, à tecnologia, aos novos modos de habitar. Se eu for lembrada por ter contribuído para tornar o morar mais sensível, mais conectado à natureza e à cultura brasileira, saberei que cumpri meu papel", conta a profissional.

Neste ano, Fernanda Marques foi convidada a integrar o júri do iF Design Award, um dos mais prestigiados prêmios do setor, tornando-se a primeira arquiteta brasileira a ocupar essa posição. Ela define a experiência como, ao mesmo tempo, uma honra e uma grande responsabilidade. "Representar o Brasil nesse contexto reforçou meu compromisso com uma produção autêntica, consistente e enraizada em nossos valores. Eu não estava ali apenas por mim, mas como parte de um movimento que consolida o protagonismo do design brasileiro no cenário internacional", enfatiza Fernanda.

Esse protagonismo também se reflete em sua atuação como designer de mobiliário, reconhecida por peças que unem escultura, ergonomia e emoção. "Cada peça nasce de uma escuta atenta — do espaço, da função, do gesto. Gosto de pensar o mobiliário como uma extensão da arquitetura, com a mesma atenção aos volumes, às proporções e aos materiais", explica. "A coleção Oceano, que criei para a Breton e levei à SP-Arte, traduz bem isso: formas que evocam movimento e fluidez, mas que convidam ao uso cotidiano", explica Fernanda.

Depois de tantos projetos realizados, o que ainda a move é o desejo constante de se reinventar. "Cada novo projeto é um convite para sair da zona de conforto, para escutar com atenção e criar algo que tenha propósito. O que me move é provocar sensações, emocionar. E ver uma ideia ganhar escala, ser vivida, tocada, sentida, é isso que faz tudo valer a pena"

Com exposições internacionais em seu currículo, Fernanda afirma que representar o design brasileiro no exterior é sempre especial. "É também levar nossa identidade, nosso modo de olhar, de sentir. Um design sofisticado, contemporâneo, mas profundamente conectado à natureza, à mistura de influências, à emoção. " Segundo ela, há uma curiosidade genuína sobre o que se cria no Brasil e, mostrar essa produção com autenticidade é o que reforça o valor do nosso design no mundo.

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Imagem: Divulgação

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BOL

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