Amaury Jr.

Amaury Jr.

Siga nas redes
Opinião

Azul: a cor que veste o poder da Rainha Camilla

Por: Ana Claudia Paixão - via Miscelana

Se há uma cor que inegavelmente é a favorita da Rainha Camilla, essa cor é o azul. Nos últimos anos, os variados tons de azul predominaram nos looks da esposa do Rei Charles III em eventos públicos - revelando mais do que uma simples preferência. Trata-se de uma simbologia cuidadosamente estudada, uma estratégia visual também adotada por outras figuras centrais da monarquia britânica. A Rainha Elizabeth II e a Princesa Diana, cada uma à sua maneira, utilizaram a paleta de cores como instrumento de comunicação e de construção de imagem pública.

Rei Charles e Rainha Camilla
Rei Charles e Rainha Camilla Imagem: Reprodução

Elizabeth II ficou conhecida por seu uso estratégico de cores vibrantes - amarelos, verdes cítricos, rosas intensos - que não apenas a destacavam em multidões como também facilitavam seu reconhecimento por equipes de segurança. Diana, por sua vez, era frequentemente vista em tons de rosa, do blush suave ao fúcsia. Essa cor refletia sua feminilidade, empatia e conexão emocional com o público, além de diferenciá-la dentro da estrutura tradicional da realeza. Catherine, a princesa de Gales, opta com frequência pelo vermelho e pelo verde, tons que muitos interpretam como sinais de renovação e vitalidade. Camilla? É pura tradição.

O azul possui uma longa e significativa associação com a monarquia. Historicamente, era um pigmento raro e valioso, reservado para membros da nobreza, o que lhe conferia um status de exclusividade e prestígio. Na heráldica, o azul representa lealdade, justiça, sabedoria e nobreza - atributos fundamentais à figura do soberano. É também uma cor associada ao céu e ao divino, o que reforça a ideia do poder monárquico como uma vocação concedida "por direito divino". Na tradição britânica, o chamado "azul royal" tornou-se emblemático: uma referência direta à dignidade da Coroa e à continuidade do Estado.

É dentro desse contexto simbólico que a Rainha Camilla reforça sua integração à monarquia por meio de uma paleta cromática pensada com precisão. Desde que passou a desempenhar um papel mais visível na vida pública britânica - e ainda mais após 2022, com a morte de Elizabeth II e a ascensão de Charles ao trono -, Camilla tem sido constantemente vista em tons de azul: do marinho ao celeste, do lavanda ao royal. Embora não exista um número oficial, um levantamento visual informal das aparições públicas sugere que o azul é uma de suas escolhas mais recorrentes.

Mais do que uma preferência estética ou harmonia com o tom da pele e dos olhos (também azuis), essa constância revela uma estratégia simbólica: o azul comunica sobriedade, elegância, estabilidade e confiança, ao mesmo tempo em que se ancora nas tradições visuais da monarquia. Especialistas destacam que, após 2022, Camilla intensificou o uso da cor para consolidar sua imagem como figura de continuidade institucional - algo que também teria influenciado até decisões internas de vestuário, como a limitação temporária do azul para outras integrantes da realeza, segundo relatos da imprensa britânica.

A título de exemplo, apenas em 2025, contei mais de 20 eventos oficiais em que Camilla surgiu vestida de azul - quase sempre em conjuntos monocromáticos que reforçam sua presença com discrição e autoridade. Segundo estilistas, o azul ressalta sua "elegância natural", enquanto reforça atributos como respeitabilidade, confiança e maturidade.

Ao optar reiteradamente pelo azul, Camilla não apenas se insere na tradição de símbolos monárquicos visuais como também reforça seu papel de pilar da continuidade, em um momento de transição delicada para a monarquia britânica. Em tempos de dúvidas sobre o futuro da instituição, o azul - calmo, firme e histórico - parece ser a cor exata para comunicar que o reinado segue.

Continua após a publicidade
Imagem
Imagem: Divulgação

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BOL

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.