Triagem Extrema - O que é e quais são os impactos
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Por: Flávia Santos Lloyd
Em 2025, a imigração nos EUA continua a ser moldada pela Ordem Executiva "Protegendo os Estados Unidos de Terroristas Estrangeiros e Outras Ameaças à Segurança Nacional e à Segurança Pública". Essa diretriz encarrega agências federais, incluindo o Departamento de Estado, a reforçarem os protocolos de triagem e verificação para solicitantes de vistos e benefícios migratórios. O resultado é um processo de verificação mais rigoroso, gerando preocupações entre imigrantes, advogados e defensores dos direitos civis.

Tradicionalmente, a segurança nos aeroportos concentrava-se na verificação de documentos e na triagem de itens proibidos, enquanto os oficiais consulares avaliavam a legitimidade das petições de visto e a admissibilidade. No entanto, a triagem extrema representa uma mudança significativa, com um processo agora mais invasivo e abrangente. Inclui verificações detalhadas de antecedentes, biometria, análise forense digital e investigação do histórico online, criminal e financeiro dos solicitantes.
Desde o início do segundo mandato do presidente Trump, em janeiro de 2025, a implementação da triagem extrema se expandiu rapidamente. Hoje, as inspeções nas fronteiras vão além da verificação de documentos, incluindo uma avaliação completa da vida digital do viajante. Essa mudança reflete o foco maior da administração na segurança nacional, mas também gerou debates sobre privacidade, devido processo legal e a justiça nas práticas de fiscalização migratória.
Nos pontos de entrada dos EUA — especialmente em aeroportos — os não cidadãos agora estão sujeitos a procedimentos rigorosos e invasivos, incluindo:
- Inspeção de celulares, laptops e outros dispositivos (inclusive conteúdo apagado)
- Revisão da atividade em redes sociais como TikTok, Instagram e X (antigo Twitter)
- Escaneamento biométrico, incluindo impressões digitais e reconhecimento facial
Essas medidas não se limitam mais a viajantes de países de alto risco. Na prática, a triagem extrema é amplamente aplicada, afetando todas as nacionalidades e, cada vez mais, também os residentes permanentes legais.
Para os não cidadãos, o novo cenário traz incerteza e vulnerabilidade, com atrasos na emissão ou renovação de vistos nos consulados dos EUA se tornando comuns. Viajantes que comparecerem a entrevistas consulares ou solicitarem a renovação de vistos precisam estar preparados para fornecer documentação adicional que comprove o status, o cumprimento das condições do visto e a veracidade da solicitação. É essencial organizar os materiais de apoio com antecedência e estar pronto para responder perguntas sobre emprego, educação, histórico de viagens e atividades online.
Com a expansão do uso de ferramentas de avaliação de risco baseadas em dados pelo governo dos EUA, os viajantes precisam se adaptar a essa nova realidade, onde a preparação cuidadosa é essencial para evitar interrupções no processo de imigração.

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