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Páscoa sem William e Kate muda tradições da realeza britânica

Por: Ana Claudia Paixão - via Miscelana

A tradicional missa de Páscoa da família real britânica, realizada anualmente na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, teve em 2025 um tom atípico: pelo segundo ano consecutivo, o príncipe William e Kate Middleton não participaram da cerimônia. A ausência do casal, que desde o falecimento da rainha Elizabeth II passou a ocupar um papel ainda mais central dentro da monarquia, chamou a atenção da imprensa e gerou uma onda de reações do público — entre críticas, solidariedade e reflexões sobre o papel contemporâneo da família real. Em vez da aparição oficial, William, Kate e seus filhos celebraram a Páscoa com a família Middleton em Sandringham, sendo vistos participando dos serviços religiosos na Igreja de Santa Maria Madalena perto da casa deles, em Norfolk.

Príncipe William e Kate Middleton
Príncipe William e Kate Middleton Imagem: Reprodução

Um feriado em família — com bênção do rei

A decisão de William e Kate de não comparecer à celebração pascal com a Família Real foi planejada com antecedência e teria sido comunicada diretamente ao rei Charles III. Segundo fontes próximas ao Palácio de Kensington, o casal optou por passar o feriado em Anmer Hall, em Norfolk, com George, Charlotte e Louis priorizando um momento mais íntimo e privado em família. A escolha, segundo essas mesmas fontes, foi compreendida e respeitada pelo rei, especialmente à luz dos acontecimentos recentes envolvendo a saúde de Kate.

Em janeiro de 2024, Kate Middleton foi submetida a uma cirurgia abdominal e, meses depois, revelou que havia sido diagnosticada com câncer. Desde então, tem mantido sua agenda pública restrita a poucos eventos, focando na recuperação e no tempo com os filhos. Embora a informação mais recente seja de que o tratamento esteja surtindo efeito positivo, a princesa ainda evita grandes aparições públicas.

A ausência e o impacto na percepção pública

A decisão de não participar da missa de Páscoa gerou reações mistas entre o público britânico. Nas redes sociais, muitos demonstraram apoio ao casal, valorizando a escolha por um ambiente familiar durante um período de recuperação e reestruturação pessoal. Outros, no entanto, questionaram a ausência em um momento em que a monarquia atravessa um processo de adaptação diante da saúde fragilizada do rei e das mudanças institucionais desde a morte da rainha Elizabeth. Apenas na segunda, 21, que foi noticiado que eles foram vistos com a família de Kate quando que uma multidão tenha se aglomerado para vê-los depois que foram identificados.

Alguns tabloides, como o Daily Mail, chegaram a destacar a ausência como "sintomática de uma nova era" na realeza — menos rígida em relação ao protocolo e mais voltada ao bem-estar familiar. Já veículos mais alinhados ao Palácio de Buckingham enfatizaram o caráter consensual da decisão e o apoio mútuo entre Charles e seu herdeiro direto.

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As comparações inevitáveis

Como era de se esperar, nas redes sociais vieram as comparações entre os casais reais, com os fãs de Meghan Markle e Príncipe Harry reforçando a percepção de que William e Catherine estariam evitando trabalho ou tentando insinuar que há mais problemas familiares do que o público saberia, mas é bobagem. Mesmo os que gostam de ressaltar que enquanto Meghan e Harry constantemente estão buscando atenção, William e Kate preferem preservar sua intimidade não podem negar que há ainda algo em comum entre os dois irmãos brigados: eles colocam suas esposas e filhos antes de tudo.

A decisão de William, negociada com seu pai que compreendeu a escolha, não parece ser feita por "birra" ou preguiça, mas sim um compromisso que humaniza a Família Real e segue mais a linha de pensamento da Princesa Diana do que da Firma.

Desde que o casal foi confrontado com o duplo susto - o câncer de Kate e de Charles - houve uma mudança significativa na dinâmica dos dois. A prioridade, diante da lembrança da mortalidade e que seus papéis institucionais devem mudar mais cedo do que o estimado, é a de criar memórias e momentos familiares com seus filhos, algo que os tradicionalistas desaprovam mas que tanto William como Harry seguem à risca.

O contexto: Charles e Camilla também se ausentaram

Apesar do destaque dado à ausência de William e Kate, não é a primeira vez que figuras centrais da monarquia britânica faltam à tradicional celebração pascal. Em 2024, o próprio rei Charles III não compareceu à missa de Páscoa, enquanto enfrentava o início do tratamento contra o câncer. Na ocasião, a rainha Camilla representou o casal real em compromissos religiosos, inclusive no Royal Maundy Service — cerimônia em que a monarca distribui moedas simbólicas a cidadãos por serviços prestados à comunidade.

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Além disso, o então príncipe Charles e Camilla Parker Bowles também estiveram ausentes da celebração em outros anos anteriores à ascensão ao trono, William e Kate não são os primeiros.

Uma nova dinâmica para a monarquia?

Como mencionei, a sucessiva ausência de William e Kate em 2024 e 2025 pode sinalizar uma mudança mais profunda na dinâmica da família real britânica. Analistas da monarquia apontam que, diante da delicada situação de saúde do rei Charles e do afastamento prolongado de Kate, os próximos anos exigirão uma reavaliação de papéis e aparições públicas dentro da família Windsor.

Apesar da ausência dos príncipes de Gales, a missa de Páscoa de 2025 contou com a presença de Charles e Camilla — em sua primeira aparição pública desde o anúncio de que o rei continuará com "compromissos limitados" enquanto segue em tratamento. Outros membros da realeza também marcaram presença, como a princesa Anne, o príncipe Edward e a duquesa Sophie. O príncipe Andrew, embora afastado de funções oficiais, também esteve na Capela de São Jorge, acompanhado de Sarah Ferguson e suas filhas.

Uma tradição em transformação

Se a missa de Páscoa foi durante décadas uma vitrine para a coesão familiar da realeza, os últimos dois anos revelam um movimento distinto: a adaptação das tradições às exigências da vida contemporânea e às circunstâncias pessoais de seus integrantes. Em vez de uma ruptura, o gesto de William e Kate pode ser interpretado como uma reconfiguração — mantendo os valores familiares no centro, mesmo que longe dos olhos do público.

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O tempo dirá se essa ausência é circunstancial ou parte de uma transição mais ampla em como a monarquia se apresenta e se conecta com o povo britânico. Por ora, os príncipes de Gales seguem preservando a privacidade necessária, enquanto o rei Charles, mesmo com limitações, tenta manter acesa a chama das tradições.

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Imagem: Divulgação

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BOL

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