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Estudantes da Lapa criam dispositivo de alerta contra assédio

Por: Patricia Alves

Em meio ao aumento da violência contra mulheres no Rio de Janeiro, que quase dobrou nos últimos quatro anos - com casos de estupro registrando um crescimento de 134%, segundo o relatório Elas Vivem: Liberdade de Ser e Viver - alunas da Associação Beneficente São Martinho, na Lapa, desenvolveram uma solução tecnológica: o "The Clock Lady", um dispositivo projetado para situações de risco.

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Imagem: Depositphotos/Reprodução

A ferramenta oferece uma resposta prática ao cenário que tem impactado principalmente as mulheres. Com funcionalidade simples: a usuária cadastra previamente um contato de emergência no aplicativo conectado ao relógio. Caso se sinta ameaçada, basta pressionar o botão principal três vezes para que o dispositivo envie automaticamente uma mensagem com a localização para o contato de emergência.

A ideia nasceu durante as oficinas de robótica e tecnologia oferecidas pelo programa Conectados do Bem, executado pela EGP Brasil com patrocínio da Prefeitura do Rio por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura ISS. Mais de 200 estudantes, com idades entre 9 e 17 anos, participaram das atividades realizadas em escolas e instituições de comunidades da Lapa, Caju, Pavuna e Del Castilho.

"As notícias sobre violência contra a mulher e os casos de assédio que ouvimos todos os dias motivaram os estudantes do projeto a proporem uma solução prática. Queríamos algo discreto e eficiente, que realmente ajudasse em momentos como estes", contou Francisco Kronemberger, Diretor do Conectados do Bem.

Além de alertar contatos de emergência, o "The Clock Lady" busca fomentar debates sobre segurança feminina e equidade de gênero. As estudantes responsáveis já planejam apresentar o projeto para feiras de tecnologia e eventos educacionais.

"As mulheres enfrentam diariamente o medo da violência, e queríamos criar algo que pudesse oferecer mais segurança de forma acessível e discreta", afirma Anna Luiza de Mendonça de Oliveira, uma das desenvolvedoras do projeto. "Ver o 'The Clock Lady' tomando forma e podendo realmente ajudar outras mulheres é muito gratificante. Saber que nosso esforço pode fazer a diferença na vida de alguém nos motiva a continuar inovando."

Fundada há 12 anos, a EGP Brasil já implementou mais de 500 projetos em mais de 100 comunidades brasileiras, promovendo transformações em cultura, educação, tecnologia e inovação. "Estamos muito felizes com os resultados. Nossa meta é seguir impactando pessoas ao redor do país e, quem sabe, do mundo", comemora Leila Neto, CEO da EGP.

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Imagem: Divulgação

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BOL

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