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Isabella Santoni estreia em Portugal com "Ligações Perigosas"

Por: Flávia Viana

Estreou recentemente em Portugal a minissérie "Ligações Perigosas", da TV Globo, e, junto com ela, uma atuação curta mas memorável de Isabella Santoni, que é apresentada ao público lusitano em sua performance na pele da jovem Isabel D'Ávila de Alencar, papel compartilhado com Patrícia Pillar.

Gravada em 2016 e inspirada no romance epistolar francês de Choderlos de Laclos, a obra chega a Europa quase uma década depois de sua exibição original no Brasil, provando que certas atuações não obedecem à cronologia: permanecem intactas, vivas.

Isabella Santoni
Isabella Santoni Imagem: Jeff Porto/Divulgação

Para a atriz, que emprestou à personagem um frescor trágico e entrega notável, a estreia funciona como selo de atemporalidade de seu ofício: "É curioso ver esse projeto ganhar vida de novo depois de tanto tempo. A sensação é de que ele nunca deixou de existir, só estava esperando o momento certo pra ser redescoberto. Fico feliz que minha atuação ainda faça sentido hoje, em outro contexto e para outro público"].

E esse trabalho, diga-se, não cessou desde então. Santoni se tornou uma presença constante — e sempre em renovação — nas telas e nos palcos. Em "Dom", série do Prime Video baseada na história real do criminoso Pedro Dom, a atriz interpretou Viviane num Rio de Janeira que flutua entre a beleza e a ruína. O sucesso foi global: além da recepção calorosa no Brasil, a produção conquistou também públicos inusitados, como o da Índia.

"É muito bonito ver como a série atravessou fronteiras. Quando soube do sucesso na Índia, fiquei surpresa. Isso mostra que, mesmo partindo de uma história muito brasileira, conseguimos tocar pessoas de realidades e lugares completamente diferentes"], comenta.

Além do streaming, Isabella também retornou aos palcos como protagonista da versão teatral de "O Cravo e a Rosa", sucesso televisivo dos anos 2000 adaptado para os palcos. Na pele de Catarina — papel eternizado por Adriana Esteves na TV — ela desafiou estereótipos e expectativas, entregando ao público uma personagem que é mais do que brava: é complexa, divertida e — acima de tudo — consciente de seu tempo, mesmo quando ambientada no passado.

"A temporalidade na arte é uma coisa curiosa. A gente pode estar contando uma história ambientada em 1920 e, ainda assim, falar diretamente com o agora. Foi assim em 'Ligações Perigosas', é assim com 'O Cravo e a Rosa'. O que muda é o cenário, o que permanece é o conflito humano. Catarina é uma mulher à frente do tempo dela, e isso é o que mais me atraiu na personagem. Mesmo numa trama de época, ela questiona, provoca, se impõe. E acho que é por isso que o público ainda se identifica tanto: porque ela continua dizendo coisas que precisamos ouvir, ainda hoje", conclui.

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Imagem: Divulgação

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BOL

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