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Meghan Markle lança podcast, mas gera críticas por falta de profundidade

Por: Ana Claudia Paixão - via Miscelana

O lançamento do primeiro episódio do podcast de Meghan Markle, Confessions of a Female Founder, alcançou rapidamente o primeiro lugar no Spotify, destacando o poder de sua presença midiática. No entanto, as críticas começaram a surgir quase imediatamente. Embora alguns veículos, como People e Us Weekly, celebrem o sucesso do programa, a imprensa britânica apontou falhas evidentes no conteúdo. Como ficou claro em seu programa na Netflix, Meghan parece determinada a projetar uma imagem pública de mulher doce, divertida e injustiçada. O que faltou, no entanto, foram dicas práticas para as empreendedoras que esperavam algo mais tangível.

Meghan Markle
Meghan Markle Imagem: Reprodução

No episódio de estreia, Meghan recebeu Whitney Wolfe Herd, fundadora do Bumble e do Tinder, sua amiga pessoal nos últimos três anos. A conversa, embora menos condescendente do que outros projetos, ainda manteve uma abordagem superficial. Como já ocorreu em Com Amor, Meghan, os convidados elogiaram Meghan por ser talentosa, educada, doce e mal compreendida, enquanto ela compartilhava aspectos de sua vida pessoal. Quando a conversa se centrava em Whitney, o foco se mantinha no que as duas tinham em comum, deixando a impressão de um episódio excessivamente voltado para a experiência pessoal de Meghan — uma experiência que nem todos consideram genuína.

Entre os detalhes íntimos compartilhados, a revelação de Meghan sobre sua luta silenciosa contra a pré-eclâmpsia pós-parto foi um dos pontos mais dramáticos. Contudo, tanto Meghan quanto Whitney falharam em explicar o que é a doença, seus sintomas e tratamentos, o que deixou os ouvintes sem uma compreensão mais profunda sobre o tema. Meghan mencionou que muitas mulheres lidam com problemas de saúde em silêncio, mas não elaborou sobre como a condição afeta a vida delas de forma prática.

Esse episódio só reforça a narrativa de Meghan, frequentemente comparada à Princesa Catherine, que tentou enfrentar um tratamento de câncer em segredo e viu sua luta exposta publicamente. A tentativa de disputar dores pessoais é algo que permeia as falas da duquesa, mesmo quando ela tenta se posicionar de forma positiva.

No campo do empreendedorismo, o episódio falhou em oferecer a profundidade prometida. Embora Whitney Wolfe Herd seja uma das figuras mais influentes no setor de tecnologia, sua história de superação foi tratada de maneira superficial. Whitney fundou o Bumble após sair do Tinder, onde enfrentou um processo judicial de assédio sexual e discriminação de gênero. No entanto, a discussão sobre essas questões sensíveis foi evitada, e o foco da conversa foi mais sobre maternidade e os desafios das mulheres no mundo dos negócios, um tema válido, mas que não parecia alinhar-se com a proposta do podcast.

A falta de questionamentos incisivos fez com que a entrevista se arrastasse, tornando-se um episódio focado mais em promover a imagem de Meghan e sua marca As Ever do que em discutir as dificuldades reais enfrentadas por mulheres empreendedoras. Meghan e Whitney trocaram mensagens de apoio mútuo, mas pouco se aprofundaram nos aspectos desafiadores do trabalho da fundadora do Bumble. A conversa terminou com a sensação de que a meta principal era promover a imagem pessoal de Meghan, não oferecer um espaço genuíno para discussões significativas.

Embora o episódio tenha sido amplamente criticado, é inegável que Meghan tem a habilidade de se manter relevante. Ela consegue se posicionar como protagonista de sua própria narrativa, ignorando as críticas e avançando com seus próprios projetos. Isso pode ser uma das maiores lições do seu podcast: enfrentar adversidades e continuar perseguindo seus sonhos.

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Enquanto isso, Harry enfrenta desafios legais sozinho em um tribunal de Londres, onde busca garantir maior segurança para sua família no Reino Unido. No entanto, o lançamento do podcast de Meghan coincidiu com esse momento, o que gerou especulações sobre o aproveitamento estratégico da mídia. Mesmo com a polêmica, o podcast alcançou o topo das paradas, o que indica que há uma audiência considerável interessada no conteúdo de Meghan. Resta saber se os próximos episódios trarão algo mais relevante e substancial ou se seguirão a mesma fórmula de autopromoção.

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Imagem: Divulgação

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BOL

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