Os Invictus e o verdadeiro jogo de Meghan e Harry
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Por: Ana Claudia Paixão - via Miscelana
Pode parecer que não, mas faço sempre questão de dar primeiro um olhar positivo para tudo que Meghan Markle e Príncipe Harry dizem ou fazem, porque não há chance que eles acertem na visão de seus críticos. O problema é que a cada dia fica mais difícil não gastar um bom tempo contextualizando cada gesto, fala, foto, vídeo, post, pensamento ou aparição dos dois. Nada é genuíno, e o incômodo fica evidente. O único cenário onde eles são blindados de uma avalanche de julgamentos é o evento que teve iniciativa do príncipe desde 2014 (pré-Meghan): os Jogos Invictus. E até isso ficou no passado.

Como mencionei na semana passada, os jogos paraolímpicos para militares, é uma cópia de uma iniciativa americana, que Harry viu em 2013 e decidiu, em suas palavras, "roubar" para o Reino Unido. Graças à visibilidade dele, os jogos hoje são referência mundial e em 2025 o Brasil passou a fazer parte da competição, com oito representantes disputando medalhas em Vancouver.
Certamente, para Harry, os Invictus são seu maior legado e particularmente é o único onde sempre pareceu o Harry que conquistou o mundo. Mas aquele Harry que brincava com a menina que roubava sua pipoca, ou que genuinamente brincava com os fãs e súditos está agora fazendo gestos grandiosos e ensaiados, poses de boa aberta como se estivesse gargalhando, repetindo a palavra "comunidade" como se fosse vírgula, raramente sendo autêntico. Isso não é nem crítica, é fato. Há uma razão atrás dessa mudança e ela se chama - sim, me dói dizer - Meghan Markle.
Desde que se apaixonou pela atriz, Harry se viu obrigado a defendê-la e desde então nada é como antes. Não é "culpa de Meghan", mas é decorrência dela. O casal assumiu o relacionamento no Invictus Games de 2017, seria natural a cada oportunidade revê-la ao lado do marido, mas isso hoje é um grande problema. Se Meghan está ausente, é sinal de crise. Se Meghan está presente, é prova de narcisismo. Há alguma saída gloriosa para o impasse?
Os tradicionalistas dizem que se Meghan conseguisse ficar longe dos holofotes e genuinamente dar destaque à Harry, seria menos problemático, mas ela não consegue. O discurso ensaiado de "não estava preparada para falar" não convenceu ninguém na abertura dos Jogos no sábado, nem o desfile de moda (ela mudou de roupa pelo menos cinco vezes no domingo, a cada jogo ou compromisso estava com uma peça diferente) ou, vamos lembrar, a usual menção dos filhos Archie e Lilibet, "escondidos" propositalmente da mídia, mas mencionados com uma frequência assustadoramente provocativa. Meghan sempre está pronta para as fotos, os sorrisos e gestos estudados para que, como está acontecendo, alimentem a narrativa que ela vende de uma grande história de amor dos dois. Tudo certo quanto a isso, mas não era para ser sobre os paratletas?
Tecnicamente, Meghan ficou fora das redes sociais entre 2018 até 2025, só voltando ao Instagram em janeiro desse ano. E na sua conta, as imagens são sempre de felicidade e carinho (o que adoro), algo que ela sabe fazer bem. No entanto, a cada post vemos uma "resposta" aos críticos e isso me faz dar mais crédito aos oponentes do que a resposta dela e de Harry. O tema mais delicado do momento? O status do casamento dos dois.
Há muitos meses se fala de uma mudança na dupla, que passou 2024 tentando a alternativa de "separação profissional" para ver se mudava o tom das matérias não encomendadas (todas as positivas gritam assessoria de imprensa agindo por eles), mas claro que só alimentou a especulação de uma separação total dos dois. É doentio o número de pessoas "torcendo" pelo fim da união dos dois e sou defensora da relação deles: se amam e se completam. Em quase 10 anos de relacionamento, com dois filhos e todos os problemas naturais da vida, não vejo sinais de que estejam mal, mas fiquei na dúvida quando nos Invictus eles passaram a criar oportunidades de fotos se beijando, Meghan voltando a ficar olhando orgulhosa para o marido (sua assinatura), Meghan com cara doce e emocionada, e Harry agora de boca aberta sorrindo. O esforço está tão óbvio que só reforça a necessidade de "mostrar" algo diferente. Não curto quando isso acontece.
Teremos ainda a semana inteira de fotos assim, de desfile de Meghan, de frases de cartão Hallmark e sim, muitas pessoas citando gafes e erros. Uma pena. Os Jogos Invictus mereciam mais e de todos os lados. Mas, se Meghan e Harry querem transformá-lo em mais um reality show, não há como impedi-los. Só podemos lamentar e... acompanhar!

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