Demétrio Magnoli, 65, protagonizou uma discussão com os colegas Guga Chacra e Mauro Paulino, da GloboNews, ao defender o presidente da Argentina, Javier Milei.
Magnoli falava das restrições do político às manifestações no país vizinho, afirmando que elas não proíbem a liberdade de expressão e sim proíbem os "piquetes".
A fala desagradou os outros comentaristas do canal, que deixaram claro que nunca mencionaram "proibição" mas que, sim, Milei restringe liberdades.
Demétrio Martinelli Magnoli é jornalista, doutor em geografia humana, sociólogo e escritor. Ele nasceu em São Paulo, em 1958.
Chegou a ser perseguido pela ditadura quando era envolvido com o movimento estudantil. Demétrio estudava jornalismo na USP quando foi fichado.
À época, ele se dizia trotskista -- uma corrente comunista -- mas afirmou ter rompido com o movimento ainda nos anos 1980, em entrevista à UFF.
Ele escreveu "Uma Gota de Sangue", livro lançado em 2019, no qual a tese central é de que "ações afirmativas e o movimento negro resultam de uma armação ideológica que conspira contra o princípio da igualdade perante a lei".
Em fevereiro de 2020, Magnoli escreveu em artigo na Folha de S.Paulo afirmando que o isolamento social da província de Hubei, na China, era um ato de xenofobia ineficaz.
Ele disse que a atitude era apoiada pela OMS por interesses políticos e que o isolamento "representava ameaça maior que o agente biológico da doença".
Jornalistas e comentaristas da GloboNews entraram em atrito durante o programa "Em Pauta", no último dia 15.
Ariel Palacios, correspondente da GNews em Buenos Aires, falou sobre a decisão de Milei de restringir protestos, com ameaça de processar os manifestantes que violarem a determinação.
Guga Chacra chamou a decisão de "tremenda hipocrisia" do presidente argentino, que durante a campanha pregou a liberdade, mas agora quer restringir atos contrários a ele.
Demétrio Magnoli afirmou "não ser verdade" que Milei proibiu manifestações, o que não havia sido dito pelos jornalistas.
Guga Chacra pediu a palavra e contrariou Magnoli, pedindo ao colega para "tomar cuidado" com o que diz.
Em seguida, o sociólogo Mauro Paulino alfinetou Magnoli e cobrou "compromisso com a verdade".