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Sem Frescura: por que tem gente que tem chulé mesmo usando calçado aberto?

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Do VivaBem, em São Paulo

19/04/2021 04h00

Sabe aquele dia que a gente chega em casa, tira os sapatos e tudo que sentimos é… um cheirinho bem esquisito subindo de nossos pés? Pois é, estou falando do nosso velho conhecido chulé, que, inclusive, tem um nome menos popular: bromidose plantar.

Na maioria das vezes, o suor é o principal responsável por termos chulé. O odor ocorre por um mecanismo similar ao que rola quando temos "cecê": ação de bactérias e fungos na queratina macerada pelo suor, ou uma mistura de resto de pele e suor, como preferir.

O chulé por acontecer em qualquer pessoa, mas há um grupo mais propenso a passar por isso: homens jovens e de meia-idade. Há dois motivos para isso. Um deles é o fato de que a testosterona incentiva a produção de suor. Outro é que, ao contrário das mulheres que geralmente usam calçados mais abertos, homens tendem a usar tênis e sapatos, que são mais fechados e ajudam a reter a umidade no pé, tornando o local ideal para a proliferação de micro-organismos.

Uma vez que a situação ideal para a presença de bactérias se repete com frequência, com pés abafados, úmidos e sem a higiene adequada, esse quadro pode piorar de forma progressiva, já que essas bactérias causadoras do mau cheiro tendem a se reproduzir no local. Como consequência disso, há aquele chulé permanente, mesmo quando se usa calçado aberto.

Paralelamente a isso, abre-se espaço para o surgimento de outros problemas, como frieiras e micoses. Aí não tem jeito: não adianta simplesmente lavar os pés, a solução é procurar um profissional dermatologista.

Há porém certas condições que tendem a incentivar a ocorrência do chulé. Um exemplo disso são doenças como hipertireoidismo, diabetes e obesidade, que têm como sintomas o aumento da sudorese.

O consumo de alguns alimentos, como alho, cebola, álcool, curry e pimenta também pode incentivar a produção de suor e, consequentemente, intensificar o chulé.

Por outro lado, uma boa dica para evitar o problema é sempre secar a região após o banho. Também é importante evitar o uso repetido dos mesmos sapatos e meias e, se possível usar meias feitas de algodão. Na hora de guardar os sapatos, o melhor é deixá-los em um local ventilado.

Fontes: Carolina Pellegrini, dermatologista do Hospital Santa Catarina; Silvana Coghi, dermatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo; Camila de Camargo Hoffmann Longo, dermatologista da Unidade Vergueiro do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Leonardo Abrucio, dermatologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Rafael Baloni Andrade, dermatologista da Rede Hora Certa Campo Limpo; Leonardo Zottino Seraphim, médico da família da DaVita Serviços Médicos.