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Sem Frescura: pulgas e carrapatos do seu pet podem causar doenças em você?

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Gabriela Ingrid

Do VivaBem, em São Paulo

05/04/2021 04h00

Quem tem pet sabe que, vira e mexe, surge uma pulga ou um carrapato para infernizar a vida do bichinho. Mas será que isso é perigoso para eles? E para a gente?

Bem, antes de qualquer coisa, vamos a uma boa notícia: se o seu pet está com pulgas, isso não significa, necessariamente, que você será picado pelo inseto.

A explicação é que tanto cães quanto gatos têm uma temperatura corporal mais alta do que humanos, o que faz com que as pulgas deem preferência para se alimentar do sangue dos bichinhos.

Em casos mais sérios, o pet pode até ter uma infestação de pulgas, o que demanda tratamento específico e boa higienização do local onde ele fica —em casos assim, apenas 5% das pulgas estão no animal e todo o restante está no ambiente na forma de ovo, larva ou pupa, é o estágio intermediário entre a larva e o adulto.

Nos bichos, as pulgas podem causar problemas que vão desde dermatites —daí a coceira— até mesmo a transmissão de um verme chamado Dypilidium caninum, caso a pulga seja ingerida.

Apesar do nome, ele parasita cães, gatos e, em casos raros, humanos.

Nos animais, casos mais graves podem causar diarreias e outros problemas. Um indício é quando o animal aparenta ter uma coceira persistente no ânus.

Já nos humanos, o problema mais comum é a coceira, que em casos alérgicos pode demandar um tratamento à base de cremes com corticoides, associados a antibióticos tópicos, caso ocorra infecção secundária, e também antialérgicos orais.

Em caso de infestações, porém, a atenção deve ser redobrada. Além da febre maculosa, há risco de outras doenças infecciosas, como tularemia e salmoneloses. Além, claro da peste bubônica, que pode infectar tanto humanos quanto animais.

Ainda assim, tanto para pets ou pessoas, as pulgas são muito menos problemáticas do que os carrapatos.

Para cães e gatos, há risco de doenças potencialmente fatais, como a citauxzoonose nos gatos e a hepatozoonose nos cães. Além delas, a tularemia, a erliquiose e a babesiose são doenças que têm o carrapato como vetor.

Eles podem, sim, se alojar em humanos. Dependendo do carrapato, o risco é ter a chamada Doença de Lyme (que até o Justin Bieber tem) e, em casos mais sérios, da febre maculosa, que pode ser fatal se não tratada corretamente.

Caso você esteja com um carrapato na sua pele ou no seu pet, o melhor a se fazer é removê-lo cuidadosamente com uma pinça fina.

A ideia é evitar que o artrópode tenha partes do corpo despedaçadas. Da mesma forma, devem ser evitados métodos alternativos como utilizar a cabeça em brasa de um fósforo, usar vaselina e esmalte de unha ou uma bola de algodão com sabão, o que pode piorar a situação.

Uma vez removido, deve-se retirar qualquer resto do animal do local e lavar a área e as mãos com álcool ou água e sabão.

Ah, e nada de jogar o carrapato no lixo. O ideal é guardá-lo em um pote com álcool, para ter de referência caso você ou seu animal desenvolvam sintomas de doenças.

Fontes consultadas: Carolina Barbosa Pellegrini, dermatologista do Hospital Santa Catarina; e Leonardo Abrúcio, dermatologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo. O roteiro é de Rodrigo Lara.