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Multa? Demissão? O que acontece se eu não tomar a vacina contra covid-19?

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Do VivaBem, em São Paulo

22/03/2021 04h00

Imagine só: chegou a sua vez na fila da vacinação contra a covid-19, mas, por algum motivo, você desiste de se imunizar. O que acontece?

Bem, em termos práticos, além de se manter vulnerável a uma doença que apenas no Brasil já matou mais de 280 mil pessoas, quem se recusa a cumprir o calendário de vacinação pode sofrer algumas sanções.

Segundo a lei brasileira, não há vacinação compulsória, mas uma pessoa que se recusa a tomar vacinas tende a ser barrada em algumas situações.

Crianças sem vacinas em dia, por exemplo, não podem se matricular em creches e instituições de ensino públicas em vários Estados e cidades brasileiros, como São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Pernambuco, Paraíba, Roraima e Acre.

Jovens e adultos, por sua vez, precisam das vacinas em dia para alistamento militar, para receber benefícios sociais do governo e também na hora de se candidatar para concursos públicos.

E mesmo na hora do lazer ter uma caderneta de vacinação em dia acaba sendo algo obrigatório para que você consiga entrar em determinados países.

Isso é uma forma de prevenir que pessoas de fora cheguem trazendo doenças que não existem naqueles locais, como é o caso da Febre Amarela.

Essa questão da obrigatoriedade varia de país para país e, em alguns casos, a punição pode ser pesada. Na Itália, por exemplo, há uma lista de doenças como tétano, hepatite B e poliomielite cuja vacinação é obrigatória e quem não a cumpre pode receber multas de até 500 euros.

Mais do que evitar limitações e punições, se vacinar também é um ato de bom senso coletivo. Isso porque ao nos vacinarmos, não apenas nos protegemos como também passamos a fazer parte de uma barreira que evita que o vírus chegue em pessoas que ou não puderam ser vacinadas ou não têm uma resposta tão boa à vacina.

A vacinação também é importante por outros fatores. Primeiramente, ter uma boa parcela da população imunizada é o único caminho para a chamada imunidade de rebanho, que é quando a cadeia de infecção de uma doença é bloqueada, diminuindo o risco de uma pessoa vulnerável entrar em contato com uma doente.

Outra vantagem de uma vacinação em larga escala é diminuir a pressão sobre o sistema de saúde, de maneira que pessoas com outras doenças também possa ser atendidas.

Por fim, ter uma grande parcela da população imunizada também dificulta o surgimento de novas cepas dos vírus que, normalmente, tendem a ser mais perigosas do que as versões originais.

Roteiro: Rodrigo Lara. Fontes: Laura de Freitas, doutora em biociências e biotecnologia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista); Keilla Mara de Freita, infectologista membro da Doctoralia; Elisa Miranda Aires, infectologista da DaVita Serviços Médicos; Glaucia Fernanda Varkulja, infectologista do Hospital Santa Catarina; Ícaro Boszczowski, infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.