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Sem Frescura: afinal, você sabe mesmo o que é uma vacina? Como funciona?

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Do VivaBem, em São Paulo

01/03/2021 04h00

Imagine se pudéssemos instalar um antivírus em nosso corpo, de forma que ficássemos protegidos contra algumas doenças. Parece ficção científica, mas não apenas essa ideia é bem realista como ela já acontece na vida real.

Essa é exatamente a função das vacinas: programar o seu corpo de maneira que ele conheça previamente patógenos e saiba como reagir em caso de infecção.

A definição de vacina é relativamente simples. São substâncias biológicas, ou seja, vírus, bactérias e toxinas, que podem ser usados inteiros ou em pedaços, geralmente enfraquecidos, inativos ou mortos. Há também o caso de vacinas sintéticas, que imitam esses elementos biológicos.

E qual é o intuito de se usar algo assim? A vacina funciona como uma espécie de simulador de doença.

Ao entrar em nosso corpo, ela provoca uma resposta imune e esse estímulo faz com que o sistema imunológico produza anticorpos capazes de lidar com a situação. Até por isso elas não podem ser consideradas como medicamentos, já que não interferem em funções do corpo.

Mas, a essa hora, você deve estar pensando: se o corpo produz anticorpos personalizados sempre que entra em contato com um agente infeccioso, por que precisamos dessa proteção prévia? A razão para isso está ligada à eficiência do nosso corpo. Por mais que, em situação normal, ele reaja até de maneira rápida a essas "invasões", no caso de várias doenças uma resposta extremamente rápida do corpo acaba sendo a diferença entre a cura e a morte.

Isso vale ainda mais no caso de doenças novas, como é o caso da covid-19, quando não existe um tratamento realmente eficaz e as consequências da infecção dependem de vários fatores, como comorbidades.

Aliás, no caso da covid-19, a situação é ainda mais crítica, dado o caráter aleatório da doença, capaz de se mostrar grave até mesmo em pessoas consideradas fora de grupo de risco.

Ter o organismo treinado e com memória imunológica nesse caso é fundamental, mesmo que seja apenas para evitar desdobramentos mais sérios da doença.

Além disso, vacinas acabam tendo uma função que vai além de proteger o corpo dos indivíduos inoculados. Em casos de patologias com potencial epidêmico, elas são fundamentais para que haja um controle sobre o avanço dessas doenças e ajudam a promover a tão falada imunidade de rebanho, diminuindo o "espaço" que os agentes infecciosos têm para se proliferar.

Roteiro: Rodrigo Lara. Fontes: Laura de Freitas, doutora em biociências e biotecnologia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista); Keilla Mara de Freita, infectologista membro da Doctoralia; Elisa Miranda Aires, infectologista da DaVita Serviços Médicos; Glaucia Fernanda Varkulja, infectologista do Hospital Santa Catarina; Ícaro Boszczowski, infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.