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Pirâmides mais antigas e desconhecidas do Egito se escondem ao sul de Gizé

Vista panorâmica da pirâmide de Sneferu, em Dahsur, no Egito - Getty Images/iStockphoto
Vista panorâmica da pirâmide de Sneferu, em Dahsur, no Egito Imagem: Getty Images/iStockphoto

Esther Alaejos

03/09/2019 14h44

A cerca de 30 quilômetros ao sul das famosas pirâmides de Gizé ficam as de Dahshur, que são menos conhecidas e não fazem parte do circuito turístico tradicional, mas estão entre as mais antigas do Egito e mostram a evolução na construção deste tipo de monumento.

Os visitantes podem entrar na chamada pirâmide Vermelha e na pirâmide Curvada por um módico preço de 60 libras egípcias (R$ 15), mas uma experiência que não tem preço é aproveitar a visão das imponentes construções no meio do deserto.

A turista espanhola Beatriz Pérez disse à Agência Efe que as pirâmides de Dahshur "transmitem uma energia totalmente diferente das outras".

"Um guia fantástico nos trouxe, não há multidão, e estamos sozinhos aqui, é fantástico", contou ela, que estava com um grupo.

O faraó Seneferu, o primeiro da IV Dinastia (2613 - 2494 a.C.), foi quem mandou a construir as duas pirâmides - e acredita-se que uma terceira - antes de o filho Khufu, conhecido como Quéops, ordenar a construção da majestosa Grande Pirâmide, que roubou o protagonismo das mais antigas.

A Pirâmide Vermelha pode ser visitada por 60 libras egípcias (R$ 15) - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
A Pirâmide Vermelha pode ser visitada por 60 libras egípcias (R$ 15)
Imagem: Getty Images/iStockphoto

A pirâmide Curvada, primeira a ser erguida, é a única que mantém parte do revestimento original. Já a Vermelha, construída posteriormente, foi a primeira com faces perfeitamente triangulares, e seu nome vem da cor das pedras de seu revestimento.

Segundo Tareq Fati, guia que leva turistas ao sítio arqueológico de Dahshur, a importância destas pirâmides é que elas ficam em pleno deserto, como as de Gizé há milhares de anos, antes de a capital do Egito, Cairo, crescer em sua direção no século XX.

Para os turistas que não sofrem com claustrofobia e querem viver uma experiência diferente, as pirâmides Vermelha e Curvada podem ser inclusive mais interessantes de se conhecer do que a Grande Pirâmide, porque o interior desta última está iluminado, e seus passadiços e câmaras podem ser apreciados em detalhes.

Tanto na Vermelha como na Curvada, o acesso é feito através de um túnel pelo qual se passa agachado por vários minutos, com a ajuda de um corrimão, e por isso convém vestir roupas confortáveis.

Na pirâmide Vermelha é possível chegar até a última câmara, onde o turista pode imaginar a presença da múmia do faraó devido a um forte cheiro de amoníaco. Uma plataforma de madeira permite que se observe as paredes rochosas do interior da câmara, onde acredita-se que esteve o corpo de Seneferu.

A incursão na pirâmide Curvada é diferente e surpreendente, já que, quando se entra, pode se sentir um sopro de ar fresco no começo do longo túnel, que se alarga progressivamente conforme se avança em direção às entranhas do monumento.

Após o primeiro túnel, há uma escada de madeira que dá acesso a uma câmara, onde por sua vez há outra escada que leva a um passadiço pelo qual é preciso passar engatinhando e, após voltar a ficar de pé, o visitante têm que subir uma escada que dá acesso a uma plataforma da qual se observa a última e maior câmara.

Em ambos os casos, para sair das pirâmides é preciso fazer o mesmo percurso de ida, e os que saem contam aos que entram sobre o que os espera, enquanto os guardas das entradas esperam ansiosos para receber gorjetas.

No sítio de Dahshur também ficam as pirâmides de Amenemhet II e Sesostris III (ambos da dinastia XII, 1985 - 1795 a.C.), e a Pirâmide Negra, mas nelas não se pode entrar, porque a estrutura é instável.