ícones de verão

Um lugar à sombra

Inventada nos tempos dos faraós, a sombrinha foi crescendo até se tornar o item obrigatório nas praias: o guarda-sol 

Desde sempre, proteger do sol é sua missão neste mundo. A sombrinha já aparecia em relatos e imagens relacionados ao Egito antigo

Na dinastia Ming (1368-1644), tinha até sistema de classes: os modelos variavam de acordo com o nível social. Cidadãos comuns não podiam usar sombrinhas de tecido, apenas de papel 

No decorrer dos séculos, teve versões em diversos países da Ásia, como Índia e Japão, e geralmente era reservada à nobreza. Na China, remete ao ano 25 a.C. 

Inicialmente, era visto como deselegante pelos ingleses. Tempestades depois, ganhou status de objeto distinto

No século 18, o tempo virou: ela foi incorporada como proteção contra a chuva, após o negociante inglês Jonas Hanway voltar de viagem pela Ásia. Nasce, assim, o guarda-chuva 

Na época, já existia a divisão por gênero: sombrinhas para mulheres e guarda-chuvas para homens. Um poema de Emily Dickinson retrata isso: “O guarda-chuvas é o pai da sombrinha”

No século 19, a sombrinha se tornou um item comercialmente viável. Em 1830, foi fundada a tradicional fabricante James Smith and Sons, na Inglaterra 

Sombrinhas e guarda-chuvas voaram e atravessaram o Atlântico, ganharam cores, estampas e listras, mais materiais, modelos retráteis

E no Brasil virou parte do frevo. Originalmente, eram usadas como um tipo de arma por capoeiristas, passando a ser incorporadas depois à dança, em tamanho reduzido

Se a sombrinha encolheu no frevo, na praia ela cresceu a dimensões de mais de 1,50 metro de envergadura, entre hastes e ligas de alumínio. Sim, nosso guarda-sol

À beira-mar reina o guarda-sol tamanho G. Noutros cantos, prevalece a sombrinha. Faça chuva ou sol, tornou-se ícone de verão – até porque, no Brasil, a estação é também a da chuva

Imagens: iStock

Design: Carol Malavolta

Reportagem: Larissa Linder

Edição: Juliana Sayuri e
Eduardo Burckhardt

Publicado em 01 de fevereiro de 2022