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Há quem diga que comer bem em São Paulo é quase como estar na Itália — e não é exagero. A cidade abriga desde cantinas centenárias, com receitas que atravessaram gerações, até casas modernas que reinterpretam a culinária italiana com ingredientes locais e técnicas contemporâneas. Essa dualidade, entre a tradição e a inovação, é parte do que torna a experiência italiana tão rica por aqui.

Foi para celebrar essa diversidade que o Prêmio Nossa ouviu o público e reuniu os votos de 30 jurados especialistas, entre jornalistas e influenciadores gastronômicos, para eleger os melhores restaurantes italianos de São Paulo.

O resultado revela não só os endereços mais queridos dos paulistanos, mas também aqueles que vêm redefinindo o que significa comer "à italiana" na metrópole. A seguir, conheça os escolhidos pelo júri técnico na categoria Melhor Italiano e os "Preferidos do Público".

ÍNDICE

Keiny Andrade/UOL

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Keiny Andrade/UOL

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Caminhe pela rua Oscar Freire até chegar à quadra entre a Alameda Ministro Rocha Azevedo e a Rua Peixoto Gomide. O número 216 será uma porta de ferro cinza, localizada entre uma loja de suplementos e uma sorveteria. Não estranhe: é ali mesmo que fica o Fame Osteria, eleito o Melhor Restaurante Italiano de São Paulo.

Ao subir pela escada pouco iluminada, o clima vai mudando: sai o agito e entra o alívio de estar em boas mãos. Enquanto Erika Renzetti cuida com gentileza do serviço do salão e dos vinhos, selecionados com critério pela própria sommelière, o marido, Marco Renzetti, faz mágica nos fogões.

Para isso, deixa a imaginação livre. Cada novo dia é um recomeço do menu degustação de onze etapas. Tudo pode mudar de acordo com os produtos que chegam dos fornecedores parceiros e da criatividade do chef romano. A lógica da sequência, porém, permanece a mesma: uma divisão entre mar e terra.

Fazer reserva é a maneira mais certeira de garantir a degustação. Isso porque somente 25 pessoas por noite têm a chance de provar receitas como o patê de pato, o arroz de tutano e polvo, o agnolotti recheado de creme de ragu bovino servido em caldo de vitela mais fonduta de parmesão e a panacota de morango com azeite.

Fame Osteria
Rua Oscar Freire, 216, Jardim Paulista. @fame_osteria

Este menu degustação é a chance de provar a visão moderna de clássicos italianos do chef romano Marco Renzetti. Sua cozinha de produto e muita técnica, aliada ao lindo serviço de vinhos da Erika, torna a experiência completa e inesquecível"

Gabriel Gasparini, Produtor de conteúdo do @gaspaindica e jurado do Prêmio Nossa



A saída da chef Bia Limoni do Shihoma marca uma nova fase de um dos melhores restaurantes italianos da cidade. Agora, a casa e o menu estão sob o comando dos outros sócios, Márcio Shihomatsu e Joey Lim.

Brasileiro neto de japoneses e norte-americano filho de coreanos, eles usam essa origem asiática em comum para intensificar sabores e deixar cada mordida mais complexa — e deliciosa.

Por exemplo: a pimenta coreana entra no arrabiata, que também leva pimenta-de-cheiro e cambuci na ideia de 'paulistanizar' o único prato inspirado numa receita que pode ser encontrada na Itália, mais especificamente em Roma.

O restante das opções, porém, não se prendem às tradições europeias. A imaginação é guiada pelos ingredientes da época e do entorno.

Entre as novidades está o crudo de curraleiro pé-duro, raça bovina nativa do Brasil, com porcini e cogumelos frescos. É uma boa para iniciar a refeição, que pode receber na sequência o tortelli com guanciale, ricota e acelga ou um queridinho da clientela. O ravioli tamanho gigante, recheado na hora com espinafre, ricota e gema de ovo, tem espaço cativo na carta — e merece lugar no seu coração também.

Shihoma
Rua Medeiros de Albuquerque, 431, Vila Madalena. @pastashihoma

Tássia Magalhães é um fenômeno e não é de hoje. Reconhecida pela Forbes como um jovem talento ainda em 2015, ela se apaixonou pela culinária italiana no Pomodori. Desde a saída, em 2018, investiu em negócios próprios, sempre pautados em criatividade e técnica. No Nelita, esta combinação assume o brilho — e o destaque — que merece.

Um dos acertos é que o menu à la carte é uma seleção das receitas do degustação, servido mediante reserva. Todos os preparos, do mise en place ao empratamento, passam por mãos de mulheres. Elas mostram cuidado e excelência nos sabores — a cavaquinha leva um bisque de dar vontade de lamber a louça — e nas texturas. O nhoque de batata, ricota e araruta é macio, macio...

A experiência fica ainda melhor quando harmonizada pelos rótulos selecionados pelo sommelier Danyel Steinle e ganha outra camada de sentido com o conceito por trás de cada prato explicado. A codorna com cebola e chocolate, por exemplo, é uma alfinetada em Escoffier (1846-1945), o 'pai' da culinária francesa moderna que, por machismo ou ignorância, só empregava homens na cozinha.

Nelita
Rua Ferreira de Araújo, 330, Pinheiros. @nelita.restaurant



Neste charmoso restaurante do Brooklin, com decoração inspirada em vilas da Toscana, a cozinha é comandada por Cristiano Panizza há 17 anos, mas a história começou ainda antes, com a sua mãe, Silvana Borella Piran.

Aberto em 1998 no espaço de uma antiga fábrica de pães, o Vicolo Nostro surgiu como vitrine para o buffet da matriarca, que assinava grandes eventos, como a Fórmula 1. O sucesso dos pratos italianos fez o projeto crescer naturalmente — tanto em notoriedade quanto em espaço. Atualmente, podem receber 300 pessoas simultaneamente.

Entre os favoritos do público estão o filé-mignon servido cru e cortado em lâminas com pesto de azeitonas, parmesão, pistache e azeite trufado como entrada e o pappardelle ao ragu de pato, pancetta e queijo de cabra, considerado prato principal.

Na seção de carnes, faz sucesso o pomposo filé recheado com queijo brie, que acompanha risoto de cogumelos. É o cuidado com cada receita — e o preparo diário de pães, massas e sobremesas — que consolida o Vicolo Nostro como Restaurante Italiano Preferido do Público.

Vicolo Nostro
Rua Jataituba, 29, Brooklin. @vicolonostro

Os outros queridinhos do público

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Cozinha dos Ferrari

O negócio familiar se tornou um dos lugares mais queridos da Mooca. Maira Ferrari recebe o público com simpatia e informalidade enquanto o irmão, Mauro, prepara as receitas inspiradas na matriarca da família, vinda de Nápoles. No cardápio, que muda toda semana, podem surgir risoto de tomate com bife à milanesa e rigatoni com stinco.Vai lá: Rua Tobias Barreto, 1467, Mooca. @cozinhadosferrari

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Famiglia Mancini

De tanto sucesso, uma das mais antigas cantinas da cidade tem uma rua praticamente só dela. As charmosas luzes cruzam a via onde estão instalados mais estabelecimentos do mesmo dono, o restaurateur Walter Mancini. Desde 1980, o que atrai o público paulistano e os turistas são pratos para dividir, como lasanha e filé à parmigiana.Vai lá: Rua Avanhandava, 81, Bela Vista. @famigliamancini_oficial

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Jardim de Napoli

Com 76 anos de história, é o estabelecimento com maior tempo de funcionamento entre os Favoritos do Público. Por isso, e também pela invenção do polpetone - bolinho de carne recheado de mussarela, empanado, frito e mergulhado em molho de tomate -, a cantina é considerada uma instituição da cidade. Vai lá: Rua Martinico Prado, 463, Vila Buarque. @jardimdenapoli

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Lellis Trattoria

São 44 anos de poucas mudanças e muita tradição. Aberta por João Lellis, neto de italianos, a cantina recebe famílias que gostam de dividir pratos fartos e fáceis de agradar diversos paladares, como o espaguete ao sugo e a lasanha de quatro queijos. Com opções de tiramisu a pudim, as sobremesas misturam clássicos italianos e brasileiros.Vai lá: Rua Bela Cintra, 1849, Jardins. @lellistrattoria

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