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Secretário francês manifesta incerteza sobre retomada de viagens de turismo no verão europeu

Desde o início de abril, o governo francês proibiu viagens em território nacional - Getty Images
Desde o início de abril, o governo francês proibiu viagens em território nacional
Imagem: Getty Images

11/04/2021 11h42

Para aqueles que tinham a expectativa de passar um verão "normal" em países da União Europeia, entre junho e setembro, Clémént Beaune, secretário de Estado francês de Assuntos Europeus, enviou uma mensagem de cautela neste domingo (11). Apesar do progresso das campanhas de vacinação contra a covid-19, os países europeus enfrentam dificuldades para definir a reabertura gradual de suas fronteiras, a fim de permitir uma retomada do turismo.

"Hoje, eu não saberia dizer quando será possível retomar as viagens de turismo na Europa", afirmou Clément Beaune em entrevista à rádio RTL e ao canal de TV LCI. Segundo ele, ainda é impossível garantir que a França terá uma temporada turística "normal" durante o verão no hemisfério norte. "Espero que as viagens na Europa sejam possíveis", declarou o secretário, sem expressar certeza do que falava.

Chamando as restrições atuais de viagens internacionais de "mal necessário", Beaune sublinhou que um eventual relaxamento dessas medidas deve ser coordenado em escala europeia.

Somos o primeiro destino turístico do mundo [a França], mas quando chegar a hora de dar as boas-vindas às pessoas, teremos de avaliar se não estaremos colocando em risco a nossa situação sanitária"

Clément Beaune, secretário de Estado francês de Assuntos Europeus - RFI - RFI
Clément Beaune, secretário de Estado francês de Assuntos Europeus
Imagem: RFI

"Estamos fazendo de tudo para garantir que as viagens entre regiões francesas, e depois na Europa, sejam restabelecidas antes do verão, e mais amplamente durante a estação, mas não posso fornecer um cronograma [de datas] específico atualmente", declarou.

Desde o início de abril, o governo francês proibiu viagens no território nacional. Os franceses só podem circular num raio de 10 quilômetros de seu domicílio, ou no máximo 30 quilômetros, de acordo com circunstâncias excepcionais que exigem o preenchimento de um formulário com a justificativa. Os franceses devem ficar em casa nas duas semanas de férias escolares que começaram na noite de sexta-feira (9). Um toque de recolher nacional permanece em vigor de 19h às 6h, na esperança de conter a epidemia.

As viagens internacionais só estão autorizadas por razões consideradas muito convincentes ou profissionais. A França fechou suas fronteiras para países de fora da União Europeia no final de janeiro, a menos que haja um motivo de necessidade maior. Um teste de PCR negativo é sempre exigido para qualquer entrada no território europeu. A polícia efetua controles para verificar a legitimidade das viagens.

Arte de rua na capital francesa - Getty Images - Getty Images
Arte de rua em homenagem aos profissionais da linha de frente da covid-19 na capital francesa
Imagem: Getty Images

No sábado (10), mais de 5.769 pacientes afetados pela forma grave da covid-19 estavam hospitalizados em unidades de terapia intensiva em todo o país. A capacidade dos leitos de reanimação foi ampliada para 8.000 vagas, mas para acolher todos os tipos de patologia.

O número de mortos continua aumentando e alcançou 98.600 óbitos desde o início da epidemia. A França deve atingir a marca de 100 mil mortos na próxima semana.

Britânicos adiam viagens

Na Grã-Bretanha, o plano de reabertura da economia apresentado na sexta-feira (9) decepcionou o setor do turismo. O governo britânico se absteve de dar uma data provável para a retomada das viagens internacionais, adiando os anúncios para o início de maio.

Países que dependem do turismo, como Grécia, Itália e Espanha, tentam salvar o segundo verão consecutivo afetado pela pandemia. Mas as operadoras de turismo advertem os passageiros que eles podem enfrentar filas, devido à manutenção das restrições sanitárias em lojas e restaurantes. Os estabelecimentos comerciais poderão continuar acolhendo um número limitado de clientes, mesmo com os avanços da imunização.