Topo

Onde se hospedar em Nova York? 3 bairros e hotéis com estilos diferentes

Lower East Side: os predinhos de tijolos vermelhos e os comércios de Chinatown marcam a paisagem; ao fundo, o distrito financeiro de Nova York Imagem: Getty Images

Laura Miranda e Eduardo Burckhardt

De Nova York

29/09/2025 12h28

Em Nova York, a experiência que você terá pode estar diretamente ligada ao bairro onde escolher se hospedar. Ficar em meio às luzes de Times Square, no Downtown, uma das áreas preferidas dos brasileiros, é viver o ritmo frenético da cidade — ainda que mais à parte da 'vida normal' de outros bairros de Manhattan —, enquanto o Upper East Side (quem viu "Gossip Girl" vai lembrar) oferece sofisticação, boutiques elegantes e a vizinhança luxuosa do Central Park.

Já em outros cantos, a cidade revela atmosferas completamente diferentes: do espírito artístico de Chelsea ao clima alternativo de Williamsburg, no Brooklyn, até a energia boêmia do Lower East Side. Cada região tem uma vibe própria.

Relacionadas

Visão da cidade desde Lower East Side: bairro para quem busca um clima mais autêntico Imagem: Eduardo Burckhardt

É justamente nestes últimos que vamos nos fixar nesta reportagem. A convite dos hotéis Moxy, pudemos eleger três dos seis endereços da rede em Nova York para ter experiências distintas durante o período de estadia na cidade. Optamos por Chelsea, Williamsburg e Lower East Side porque, além de serem regiões efervescentes, têm alma própria que vale levar em conta na hora de selecionar onde se hospedar.

A vida como ela é: quando mais afastado da Times Square, os bairros se revelam (como as escadinhas externas em edifícios de Chelsea Imagem: Eduardo Burckhardt

O curioso é que os hotéis nos quais ficamos conseguem refletir o estilo dos bairros onde estão. Tem um porquê. A rede Moxy nasceu em 2014, sob a bandeira da Marriott, com foco no público jovem e urbano. Isso se traduz em uma atmosfera bem mais descontraída e tarifas mais competitivas que as de hotelões tradicionais. Geralmente, os edifícios estão localizados em áreas mais vibrantes das cidades, como as que você conhece a seguir.

WILLIANSBURG

Como é

É, atualmente, o bairro mais hipster e criativo de Nova York. Antiga área industrial do Brooklyn, hoje ferve com cafés descolados, murais de street art, brechós repletos de achados, cervejarias artesanais e rooftops que oferecem vistas incríveis para o skyline de Manhattan. O clima é jovem, alternativo e multicultural.

Se eu fosse escolher hoje um bairro preferido em Nova York, seria Williamsburg, porque aqui te alma, sabe? Laura Miranda

Um pouco da história

Até os anos 1990, Williamsburg era um bairro de imigrantes e fábricas em decadência. O cenário começou a mudar quando artistas e músicos, em busca de aluguéis mais baratos, se mudaram para lá.

A partir dos anos 2000, veio a gentrificação: surgiram galerias, restaurantes moderninhos e empreendimentos imobiliários de luxo. Hoje, é um dos símbolos da revitalização do Brooklyn, sem perder totalmente o espírito criativo.

Moradores curtem a tarde no Domino Park, em Williamsburg: com vista para a ilha de Manhattan Imagem: Eduardo Burckhardt

Um passeio pelo bairro

Dê o play e confira o tour que a Laura Miranda fez por lá:

Principais atrações

  • Domino Park - parque à beira do East River com vista espetacular para Manhattan.
  • Smorgasburg - feira gastronômica ao ar livre, famosa pelos pratos criativos.
  • Brooklyn Brewery - cervejaria artesanal que virou referência no bairro.
  • Williamsburg Bridge - ideal para uma caminhada ou pedal até Manhattan.

Vale ficar aqui se você...

Busca uma experiência "menos turística" de Nova York, sem abrir mão de boas opções de bares, vida noturna animada e hotéis cheios de personalidade.

Como foi nossa hospedagem

O Moxy Williamsburg parece refletir a alma descolada do Brooklyn. Inspirado pela cena artística e musical da região, o hotel aposta em design industrial-chique, obras de artistas locais e ambientes que parecem extensão dos ateliês do bairro. As áreas comuns funcionam como hubs culturais, com bares animados e espaços de coworking.

O Moxy Williamsburg, com um imenso mural característico do ambiente de street art do bairro Imagem: Divulgação

Achei um hotel altro astral, cheio de gente jovem, mas também muitas famílias adultas. A recepção é gostosa de ficar e passar um tempinho. Vi muitas pessoas trabalhando por lá e percebi que é um lugar frequentado não só por hóspedes como também por locais. Laura Miranda

O rooftop é um dos grandes chamarizes, com coquetéis inspirados no sudeste asiático e uma vista ampla para Manhattan.

Entre os atrativos do hotel, a decoração descolada e, principalmente, a linda vista para Manhattan Imagem: Divulgação

No térreo, o restaurante Mesiba oferece uma cozinha moderna de influência mediterrânea. "Também serve ótimos drinques, em especial o de Mezcal", recomenda Laura.

O ambiente combina bem com o estilo do bairro. "Fomos numa quinta-feira à noite e estava cheio de locais, muitos em grupos de quatro a seis amigos. A música era muito boa também", completa.

Sobre a hospedagem, o destaque foi a estrutura do quarto:

Amei a janela do chão ao teto, vista linda em um dia super ensolarado que deixava o quarto muito iluminado! Laura Miranda

Um dos quartos do Moxy Williamsburg: janela com vista para a cidade e ponte do Brooklin Imagem: Divulgação

CHELSEA

Como é Chelsea

É um bairro moderno e artístico de Manhattan, conhecido por suas galerias de arte contemporânea, mercados gastronômicos e ruas arborizadas. O clima é sofisticado, mas despojado, perfeito para quem gosta de caminhar, explorar lojas de design e cafés charmosos.

Fachada no bairro de Chelsea: arte em toda parte Imagem: Eduardo Burckhradt

Um pouco da história

Originalmente uma área residencial de classe média, Chelsea se transformou, ao longo do século 20, em um polo de artistas e galerias. Nos anos 1990 e 2000, o bairro passou por uma revitalização intensa, tornando-se referência em arte, cultura e gastronomia de qualidade.

Um passeio pelo bairro

Dê o play e confira o tour que a Laura Miranda fez pelas principais atrações de Chelsea:

Vale ficar aqui se você...

Gosta de explorar cafés, lojas de design e exposições de arte sem perder a proximidade com o centro de Manhattan.

Como foi nossa hospedagem

Conhecido como o "hotel da flor", o Moxy Chelsea mescla uma estética romântica e contemporânea. O lobby, em parceria com um florista local, é repleto de arranjos que mudam conforme a estação, transformando a recepção em um jardim urbano.

Entrada sempre em mutação: as flores e arranjos seguem as estações Imagem: Divulgação

Os quartos são compactos, mas bem planejados, com janelas do chão ao teto e vista para o skyline de Manhattan.

Ficamos no 33° andar e a vista do quarto era deslumbrante, uma das mais lindas que já vi em Nova York. Se ficar aqui, vale pedir um andar alto Laura Miranda

Já pensou em dormir com Nova York a seus pés? Imagem: Divulgação

No rooftop, o The Fleur Room é um dos destaques: envidraçado, com vista privilegiada do Empire State, virou hotspot da noite nova-iorquina. "É em um lugar bem concorrido, e pode ser frequentador por não-hóspedes também", indica Laura.

No The Fleur: drinques e noite agitada com vista para o Empire State Imagem: Divulgação

O clima geral do hotel é descontraído, com muitos jovens na recepção, de casais a turmas de amigos. Dava para ver que a maioria foi apenas curtir o fim de semana na cidade. Para mim, também foi muito importante saber que eles ganharam prêmios por acolherem bem a comunidade LGBTQIA+ Laura Miranda

Outro bar do Moxy Chelsea que aproveita da visão panorâmica da cidade para compor o ambiente Imagem: Divulgação

LOWER EAST SIDE

Como é

É um bairro histórico e vibrante mais ao sul de Manhattan, famoso por sua vida noturna intensa, bares descolados, restaurantes inovadores e cena cultural que mistura tradição e modernidade. As ruas guardam a memória de comunidades imigrantes, mas hoje respiram criatividade e uma energia jovem.

Os predinhos característicos do bairro e, ao fundo, o Empire State Building Imagem: Getty Images

Um pouco de história

O bairro foi um dos principais pontos de chegada de imigrantes no século 19, especialmente judeus e italianos. Com o tempo, manteve sua diversidade cultural, enquanto se modernizava com bares, galerias e espaços de arte alternativa. Hoje é um símbolo da fusão entre história, cultura e vida noturna nova-iorquina.

Principais atrações

  • Tenement Museum - museu que conta a história dos imigrantes no bairro.
  • Essex Market - mercado tradicional com novidades gastronômicas.
  • Katz's Delicatessen - delicatessen histórica famosa por seu pastrami.
  • Murais e arte urbana - grafites e intervenções que revelam o lado criativo do bairro.
Letreiro da Katz's Delicatessen, o sanduíche de pastrami mais famoso de Nova York Imagem: Eduardo Burckhardt

Vale ficar aqui se você...

Busca uma experiência mais alternativa e boêmia, com foco em gastronomia, bares, música e cultura. O público costuma ser jovem, descolado e interessado em explorar um lado autêntico e animado de Nova York.

Como foi nossa hospedagem

O Moxy Lower East Side capta a mistura de culturas e a vida noturna efervescente do sul de Manhattan. Com design ousado, inspirado nos clubes de jazz e cabarés que marcaram a região, o hotel é quase um playground adulto.

Todas as noites, quando voltava de bater perna na cidade, encontrava o bar do lobby cheio e animado. Muito fazem o 'esquenta' ali para depois irem para o rooftop ou aos outros bares do hotel (com direito a fila do lado de fora para subir pela entrada exclusiva).Ou seja, se tiver preguiça de sair, a balada rola ali mesmo no hotel Eduardo Burckhardt

O rooftop do Moxy Lower East Side Imagem: Divulgação

O rooftop Highlight Room é um jardim envidraçado com vistas espetaculares da cidade.

Já o Silver Lining Lounge aposta em clima sofisticado, música ao vivo e coquetéis criativos; enquanto o subterrâneo Loosie's recria a atmosfera de um speakeasy moderno.

O balcão do belíssimo Silver Lining Lounge, um piano-bar sofisticado dentro do hotel Imagem: Divulgação

Os quartos seguem a linha prática da rede Moxy, com um visual descolado, camas muito confortáveis e bom banheiro. A localização é boa, com breve caminhada às linhas de metrô e muito perto para ir a pé até Little Italy ou Chinatown, por exemplo. Com mais disposição, em cerca de 20 minutos você chega caminhando na ponte do Brooklyn.

Quando entrei no quarto me senti naqueles filmes dos yuppies de Nova York, com seus lofts compactos e modernos com vista para a cidade (minha unidade tinha pé direito duplo, o que potencializava essa sensação). E como estamos no sul de Manhattan, era uma visão diferente, com mais cara de bairro, predinhos de tijolos vermelhos, e menos arranha-céus Eduardo Burckhardt

Artista pinta um mural perto ao High Line, em Nova York: a street art é destaque nos três bairros desta reportagem Imagem: Eduardo Burckhardt

Serviço

Moxy Williamsburg
353 Bedford Avenue, Brooklyn. Mais informações
Diárias a partir de U$ 179 (R$ 960)

Moxy Chelsea
105 West 28th Street. Mais informações
Diárias a partir de U$ 327 (R$ 1750)

Moxy Lower East Side
145 Bowery. Mais informações
Diárias a partir de U$ 259 (R$ 1390)

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Onde se hospedar em Nova York? 3 bairros e hotéis com estilos diferentes - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade