Brasileira eleita melhor chef do mundo chega aos mares e não para cozinhar

Uma das chefs brasileiras de maior destaque na atualidade, eleita a melhor do mundo pelo 50 Best em 2024, Janaína Torres viaja o mundo para divulgar a cultura brasileira através da comida. Recentemente, passou por Milão, na Itália, La Antigua, na Guatemala, Los Angeles, nos Estados Unidos, e Bangkok, na Tailândia.

Em novembro, porém, a "Dona Onça" fará esse tour de um jeito diferente - e, desta vez, não no comando de uma cozinha.

A chef foi convidada para ser madrinha do navio Celebrity Xcel, da Celebrity Cruises, e se une a nomes como a ginasta Simone Biles e a ativista Malala Yousafzai na mesma honraria.

Janaína, que quer dizer Iemanjá em tupi-africano, conta a Nossa que nunca viajou em um cruzeiro e que ficou surpresa com o convite. O mais próximo que chegou disso, até agora, foi a recente compra de um barco de 32 pés, utilizado para a pesquisa do litoral brasileiro em uma das frentes de seu mais recente projeto, À Brasileira.

Latinidade em alto-mar

Não sei se lá fora eles entendem essa minha conexão com as águas, mas aceitei com o propósito de conhecer mais sobre essa proposta de comida em navio, num momento de diversão, com esse diálogo para culturas, valores, identidade, sustentabilidade, se anima.

Celebrity Xcel
Celebrity Xcel Imagem: Divulgação

Agora, Janaína tem a missão de levar ao cruzeiro e aos seus passageiros a autenticidade da culinária brasileira e mais experiências dentro do navio, mas, desta vez, não com a mão na massa na cozinha.

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"Não vou assinar o menu, mas o chef Sidney Semedo já me prometeu que poderei dar uma boa olhada na cozinha, dar meus feedbacks sobretudo e ele visitou o Dona Onça para saber um pouco do que eu falo", conta.

Curiosamente, no anúncio deste novo navio, a Celebrity pensou detalhes como a seleção de pratos, bebidas e conceitos gastronômicos também por enquetes com seu público.

O fato de não cozinhar, claro, deixou Janaína "desesperada" no começo, como assume, mas ela vê o amadrinhamento como mais uma plataforma para falar de Brasil e de América Latina da forma mais popular e cotidiana, que é a comida.

Da parte da Celebrity, a intenção é levar para seus viajantes uma imersão cultural genuína para sua temporada inaugural, de sete noites, por Bahamas, México, Ilhas Cayman, Puerto Plata, St. Thomas e St. Maarten.

A gente tem muita conexão os latinos. Miami tem essa aura também. Minha conversa sobre Brasil também é uma forma de celebrar o movimento gastronômico latino-americano. Eu acho que é isso que eles querem, né? Poderiam ter chamado a Beyoncé, brinca.

A expectativa é, também, atrair para o Brasil, um público maior e mais diverso: "Quero despertar no diálogo que as pessoas tenham vontade de vir conhecer o Brasil. Porque a gente não tem projeto turístico desenvolvido. A gente tem que fazer na formiguinha."

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O pontapé inicial do Celebrity Xcel (e de Janaína-madrinha), será em 16 de novembro, em Fort Lauderdale, na Flórida (EUA). Para mais informações, visite o site oficial da Celebrity Cruises.

Centro "abrasileirado"

Janaína Torres
Janaína Torres Imagem: Marcus Steinmeyer

Surpresa e animada com o convite "dos mares", Janaína também se ilumina ao falar dos próximos passos de À Brasileira. Um dos mais esperados é a abertura do Estrela da Cidade, que ocupa o lugar e muda o nome do tradicional Star City, tão frequentado por Janaína e outras "crias" do centro de São Paulo.

Era um restaurante que eu ia desde criança para a minha mãe. Então eu tenho muito carinho por esse lugar, antecipa.

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Por ora, o espaço está em reforma e aguarda aprovações da Prefeitura para que seja inaugurado, finalmente, ainda em 2025. O que já se sabe é que o novo espaço manterá viva a tradição de servir feijoada diariamente e também vai incluir receitas brasileiras repaginadas, com ingredientes locais e produtos orgânicos.

Além do novo restaurante, Janaína revela que virão, ainda, um mercado de produtos brasileiros (também já em desenvolvimento), uma feira, uma festa, um jantar ou um pop-up fora do país, uma apresentação em congressos internacionais, uma pesquisa, um livro ou até mesmo um filme.

Quando chega nos 50 anos, a gente quer fazer coisas que realmente acredita, tenha vontade e disposição. Eu não faço pelo dinheiro, mas porque quero continuar falando daquilo que eu acredito que é o Brasil e o meu olhar sobre esse Brasil de hoje e no futuro, diz.

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