Com vista que conquistou Bardot em Búzios, a gente até esquece o celular

Brigitte Bardot ficou apenas quatro meses em Búzios (RJ), em 1964, mas levou o nome do balneário para a boca do mundo. A então pequena vila de pescadores virou alvo de turistas que queriam conhecer o paraíso secreto da atriz francesa, o que estimulou o crescimento de pousadas.

Dez anos depois da ida de Bardot, uma casa branca de apenas quatro quartos era fundada na cidade para receber quem encarava ir até lá sem a ponte Rio-Niterói. A musa nunca mais voltou à Região dos Lagos, mas a pequena pousada branca cresceu, e o Casas Brancas Boutique Hotel & SPA se tornou referência no mercado de hotelaria.

Estátua em homenagem a Brigitte Bardot, em Búzios (RJ)
Estátua em homenagem a Brigitte Bardot, em Búzios (RJ) Imagem: Divulgação/Prefeitura de Búzios

Não é difícil entender como um hotel de 50 anos continua evoluindo e foi eleito ainda neste ano o melhor hotel SPA da América Latina pela Condé Nast Johansens de Excelência. O convite ao relaxamento não vem apenas da variedade de massagens e tratamentos corporais e faciais disponíveis — com um ofurô no fim da sessão —, nem mesmo da ioga com vista para a orla. A paisagem é a âncora que reforça que a viagem é para descansar.

É como ter sempre um quadro do mar à disposição. Da piscina, dos restaurantes, dos sofás ou até de alguns quartos, o olhar é atraído pelo colorido dos barcos ou o azul do mar. É até incongruente ficar no celular em um lugar assim.

Vista assim que hóspede entra no Casas Brancas
Vista assim que hóspede entra no Casas Brancas Imagem: Divulgação

Conforto panorâmico

O Casas Brancas tem 33 acomodações, com nove categorias e preços que variam de R$ 1.547 (sem taxas) a R$ 5.913. Os quartos com piscina privativa e climatizada são um charme à parte. De novo, a vista é o forte, e até um pôr do sol da varanda faz qualquer crítico de hippies querer aplaudir o momento.

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Piscina privativa no Casas Brancas
Piscina privativa no Casas Brancas Imagem: Divulgação

Um ponto a ser considerado é a falta de acessibilidade. Como o hotel é mais verticalizado, há muitas escadas, mas nenhuma rampa ou elevador. Além disso, alguns pais podem se sentir excluídos da experiência: o Casas Brancas aceita apenas crianças com mais de cinco anos.

Casas Brancas Boutique Hotel & SPA foi fundado em 1974
Casas Brancas Boutique Hotel & SPA foi fundado em 1974 Imagem: Divulgação

Comer bem com vista para o mar

Também com vista para a baía e incluído na categoria das descobertas anuais (50 Best Discovery) pelo The World's 50 Best em 2021 e 2024, o 74 Restaurant, um dos restaurantes do Casas Brancas, é atração tanto para hóspedes quanto para visitantes — neste caso, mediante reserva.

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O polvo confit do 74 Restaurant é um dos pratos mais pedidos
O polvo confit do 74 Restaurant é um dos pratos mais pedidos Imagem: Tomas Rangel

Comandado por Rodrigo Rodrigues, que tem passagem por cozinhas de Portugal e Espanha e hotéis como o Emiliano Rio e Hilton Copacabana, o restaurante tem cardápio inspirado nas culinárias brasileira e mediterrânea.

Caju Amigo do 74 Restaurant
Caju Amigo do 74 Restaurant Imagem: Tomas Rangel

Croqueta de jamón serrano e queijo canastra (R$ 64), servida com gel de cupuaçu e tomilho, mostra bem essa mistura. Nos principais, o polvo confit (R$ 149), servido com paella cremosa, chorizo ibérico, crocante de socarrat, aioli de alho assado, compota de pimenta de cheiro e lardo, faz sucesso entre os frequentadores.

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Quanto às sobremesas, a chef pâtissier Jennifer Ortega, que é chilena, conquistou meu paladar com as criações inspiradas em clássicos brasileiros. O Caju Amigo (R$ 55), por exemplo, nada tem de drinque. No restaurante vira torta de castanha-de-caju, crocante de noz-pecã caramelizada, coulis de jambuzera com caju e sorbet da fruta. Comeria todos os dias.

Café da manhã no Casas Brancas tem vista de tirar o fôlego
Café da manhã no Casas Brancas tem vista de tirar o fôlego Imagem: Tomas Rangel

É no 74 Restaurant, que fica no terraço do hotel, que o café da manhã é servido.

Me surpreendi em não encontrar uma mesa gigante com tudo o que possa imaginar. Pelo contrário, apenas duas mesas abrigavam frutas e porções individuais de sucos (melão com abacaxi, jamais te esquecerei), geleias (não deixe de experimentar a de laranja), mel, iogurtes, oleaginosas, granola e pudim de chia. Mas o hóspede tem direito a um quente, que inclui tapioca, ovos beneditinos ou croque monsieur ou madame.

Lasagnetta "fatto a mano" do 74 Osteria
Lasagnetta "fatto a mano" do 74 Osteria Imagem: Gabriela Ingrid
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Os atenciosos funcionários traziam as bebidas quentes e ainda serviam a porção de pães (que tinha pães de queijo inesquecíveis — quem imaginaria que pão de queijo com chia seria lembrado?). Em um dos dias, degustei um deles vendo uma tartaruga nadando na baía.

Meringata di fragola do 74 Osteria
Meringata di fragola do 74 Osteria Imagem: Gabriela Ingrid

Outro restaurante do hotel é o 74 Osteria, inaugurado em 2023, o mais recente projeto do Casas Brancas. A culinária italiana atrai quem passeia na orla e busca ambiente mais intimista. Dos meus favoritos estão a carne cruda (R$ 74), coração da alcatra cortado, com vinagrete de Grana Padano, emulsão de alho assado, nuts e crocante da casa, e a lasagnetta "fatto a mano" (R$ 79), com ragu de carne assada e molho pomodoro.

Na sobremesa, Ortega trouxe a meringata di fragola (R$ 42), feita com morangos assados, creme de chocolate branco, gelato de iogurte e suspiro de manjericão. Frescor perfeito para uma noite de massas.

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Paredes brancas, flores, mar azulzinho e comida fresca. Elementos que podem remeter a uma estadia pela costa do Mediterrâneo. Coincidentemente, Brigitte Bardot também tirou Saint-Tropez, que era uma vila de pescadores, do anonimato. A francesa realmente sabia encontrar paraísos.

*A jornalista se hospedou a convite do Casas Brancas Boutique Hotel & SPA e Documennta Comunicação

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