Ficamos caretas? 14 looks icônicos que seriam proibidos em Cannes em 2025

Madonna com seu icônico conjunto com ares de lingerie, assinado por Jean Paul Gaultier, em Cannes, em 1991 Imagem: Dave Hogan/Getty Images

O Festival de Cinema de Cannes fez uma revisão de suas regras e proibiu a nudez no tapete vermelho, seja com "naked dresses" — vestidos com transparências— ou outras formas de trajes reveladores, além de ter banido as peças de roupa e acessórios bufantes ou volumosos demais.

Toda nudez será castigada

O motivo citado pela organização para a mudança no código de vestimenta é a "decência". "Por motivos de decência, nudez é proibida no tapete vermelho, assim como qualquer outra área do festival".

A decisão levantou questionamentos se um movimento de conservadorismo, presente na sociedade, teria finalmente chegado ao tapete vermelho de um dos festivais mais provocadores da indústria do cinema. Na opinião da historiadora de moda da NYU (Universidade de Nova York), Nancy Deihl, não é bem isso o que acontece: este é um esforço de conter "demonstrações excessivas" e "enfatizar elegância".

Há um longo histórico em Cannes de atrizes usando produções sexy, mas sempre dentro dos parâmetros decretados pela alta moda. A realidade é que muitos desfiles exibem tanta pele quanto, se não mais, que os modelos recentes que inspiraram a proibição. Mas acho que os oficiais de Cannes estão realmente focados em destacar o evento de qualquer outro espetáculo focado em celebridades, mesmo que os faça parecer um pouco ditatoriais. Nancy Deihl, da NYU, ao jornal de moda WWD.

Medida desagradou parte da comunidade fashion. A stylist de celebridades Karla Welch, que produz os looks de Olivia Wilde e Gal Gadot, entre outras, detonou a decisão de Cannes como "entediante, patriarcal e careta" no Instagram.

O que choca já mudou - e muito

Nos anos 90, estrelas como Madonna e Salma Hayek causaram furor no tapete vermelho do evento ao utilizar looks "mínimos". Madonna vestiu Jean-Paul Gaultier, em um design que mais lembrava um conjunto de lingerie grandão acetinado, enquanto Salma surpreendeu ao deixar a blusa em casa e utilizar apenas um cardigã com dois botões, de decote à mostra, para acompanhar sua saia longa.

Eu assumi um risco... Peguei um cardigã que deveria ser usado com algo por baixo —porque só tinha dois botões— e uma saia, e criei meu próprio estilo de moda. Mal sabia eu que a Vogue um dia iria dizer que foi um dos meus looks icônicos. Contou Salma à revista americana Vogue.

O improviso, segundo ela, surgiu em uma época em que grifes se recusavam a lhe emprestar roupas para o tapete vermelho. O motivo? Não achavam que uma mexicana vingaria no cinema.

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Escolhas fashion icônicas como as delas geraram "ressaca moral", mas fizeram história e se tornaram inspiração. Após um período do final dos anos 2000 ao início dos 2010 relativamente recatados pela influência da tendência "ladylike", o precedente de ousadia iniciado por estas estrelas trouxe ainda mais "peladiços" ao tapete vermelho, especialmente de 2016 em diante. Mas hoje seus antigos looks parecem até relativamente bem-comportados diante dos modelos desfilados por atrizes nos últimos anos.

Veja como evoluiu a nudez —que chegou a causar escândalo— em Cannes: