Famoso no Brasil, vinho do Porto não é sempre doce; saiba mais
16/05/2025 05h30
O Porto é provavelmente o vinho doce mais conhecido no mundo. Especialmente no Brasil, onde também pesa a herança portuguesa. Mas por que ele é doce? O "Vamos de Vinho" desta semana no Canal UOL explica o segredo da produção desse vinho.
O segredo está na interrupção da fermentação alcoólica. Antes que as leveduras transformem todo o açúcar das uvas em álcool, acrescenta-se uma aguardente bem alcoólica. Com isso, os microrganismos morrem, e o resultado é, ao mesmo tempo, um vinho doce (pela interrupção da fermentação) e mais alcoólico (pela adição de aguardente).
Mas também existe um vinho do Porto bem conhecido que não é doce: o branco seco, celebrizado no Portonic (ou Porto tônica). Nesse caso, a fermentação segue até quase o final antes da fortificação, deixando pouco açúcar residual no líquido.
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Além de falar da produção do vinho, cujas uvas são cultivadas nas alturas do Douro, os jornalistas Rodrigo Barradas e Vinicius Mesquita também conversam sobre as cepas utilizadas e a história do vinho (intimamente ligada com a da Inglaterra). Assista ao episódio no final da página.
Como entender os tipos de vinho do Porto?
Vinho do Porto é uma delícia, e é quase impossível comprar uma garrafa ruim. Mesmo assim, existem vários tipos, e isso pode causar um pouco de confusão na hora de escolher.
No videocast Vamos de Vinho desta semana, Rodrigo Barradas e Vinicius Mesquita explicam rapidamente e de maneira fácil de entender os diversos tipos de Porto, como ruby, tawny, LBV, vintage, colheita e os tawnies envelhecidos. Uma explicação rápida, que vale para todos os tipos:
O Porto é um vinho fortificado, em que a fermentação é interrompida pela adição de uma aguardente. Com isso, o vinho fica doce (as leveduras não terminam de converter açúcar em álcool) e mais alcoólico (pela adição da aguardente).
Para distinguir os diferentes tipos, é bom pensar em duas famílias de Porto tinto:
- Tawny: é um vinho que destaca o envelhecimento em madeira, ou seja, tem mais características oferecidas por um lento e controlado processo de oxidação. Têm cor mais opaca, castanha.
Dentro dessa vertente, temos os tawnies correntes (chamsod simplesmente de "tawny"), e os de 10, 20, 30 ou mais anos de envelhecimento. E o colheita, que utiliza vinhos de uma única safra.
- Ruby: é um vinho que foca mais na fruta e tem coloração mais viva.
Dessa família, fazem parte o mais simples (apenas "ruby"), o reserva (que envelhece um pouco mais e é formado por uma mistura de vinhos de mais qualidade que o corrente), os vintages (que destacam safras excepcionais e se beneficiam de envelhecimento em garrafa -não em madeira) e os Late Bottled Vintages (que são produzidos em qualquer safra, envelhecidos por algum tempo e lançados ao mercado prontos para o consumo).
Vamos de Vinho
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