Como dar comprimido para cachorro: veja estratégias eficazes e seguras

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Administrar medicamentos a cães pode ser um verdadeiro desafio para muitos tutores. Mesmo quando há urgência no tratamento, é comum o animal recusar o comprimido, cuspir ou até reagir com resistência física.
A rejeição não é apenas uma questão de paladar. Cães que não estão acostumados ao manuseio da boca tendem a reagir mal a qualquer tentativa de introdução de objetos — como escovas ou comprimidos.
Um estudo publicado no Journal of Veterinary Behavior, em 2015, apontou que animais expostos desde cedo a práticas de manipulação, como escovação dentária e inspeção bucal, apresentam resistência significativamente menor ao manejo oral em situações clínicas e domésticas.
Por isso, o recomendado é que a manipulação da boca do animal comece ainda na fase de socialização, entre os 2 e 4 meses de idade. Escovar os dentes, verificar a gengiva e tocar o focinho de forma cuidadosa, com reforço positivo (petiscos, carinhos ou elogios), torna esses procedimentos muito mais fáceis no futuro.
Posso esconder o comprimido na comida?
Nem todo medicamento pode ser oferecido com alimentos — por isso, é indispensável consultar o veterinário antes de misturar comprimidos à refeição. Mas essa é, de fato, uma das abordagens mais eficazes, especialmente quando o remédio tem gosto amargo.
Algumas opções populares incluem patês caninos, pedaços de queijo, carne moída ou mesmo rações úmidas. Também existem produtos industrializados, como os "porta-comprimidos comestíveis", disponíveis em pet shops e recomendados por muitos veterinários. Eles são moldáveis, saborosos e têm um orifício próprio para esconder o remédio.
Amassar o comprimido é uma boa ideia?
Muitos tutores pensam que amassar o comprimido e misturá-lo à comida é a solução ideal, mas isso pode comprometer a eficácia do medicamento. Comprimidos revestidos, por exemplo, são projetados para se dissolver no local correto do trato digestivo. Romper esse revestimento pode fazer com que o princípio ativo se degrade antes da absorção, reduzindo o efeito terapêutico.
Além disso, se o comprimido for cuspido, entrar em contato com a saliva e começar a se dissolver, ele pode perder a estabilidade química. Nesses casos, o ideal é descartar e substituir de acordo com recomendação veterinária.
E se o cão descobrir o truque?
A adaptação do paladar canino ao sabor do medicamento é limitada. Quando o tratamento exige vários dias consecutivos de medicação, muitos cães percebem o truque e passam a rejeitar o alimento. Nesses casos, alternar os "disfarces" é importante. Teste diferentes tipos de comida ou consistência, sempre sob orientação profissional.
Medicamentos saborizados já estão disponíveis no mercado, com formulações veterinárias específicas. Eles costumam ter gosto de carne ou frango e são fabricados justamente para facilitar o consumo voluntário.
Como dar comprimido com segurança?
Quando esconder o comprimido não funciona, a administração direta pode ser necessária. A técnica recomendada envolve segurar o focinho do cão com uma mão, posicionando o polegar e o indicador logo atrás dos caninos, pressionando levemente.
Usar a outra mão para abrir o maxilar inferior, puxando-o com o polegar para baixo. Em seguida, introduzir o comprimido no fundo da língua, e rapidamente fechar a boca do animal. Por fim, massagear a garganta por alguns segundos para estimular a deglutição. É possível oferecer um pouco de água ou petisco para facilitar o processo digestivo.
A técnica deve ser usada apenas com cães que não demonstram sinais de agressividade. Forçar a administração pode causar estresse e tornar os próximos momentos ainda mais difíceis. Se houver risco de mordidas ou resistência intensa, o ideal é buscar apoio de um veterinário ou adestrador comportamental.
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