Cão brasileiro de R$ 426 mil vira símbolo de apoio emocional nos EUA
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O que pode unir uma adolescente americana de 14 anos, um treinador brasileiro e uma veterinária apaixonada por comportamento animal? A resposta está em Aisha, uma Border Collie que acaba de conquistar o título simbólico de cão mais caro do mundo, vendida por US$ 75 mil (cerca de R$ 426 mil).
Muito além do valor, a cadela representa o impacto profundo que um animal bem treinado pode causar na vida de uma pessoa — especialmente quando essa ajuda é voltada a transtornos como o estresse pós-traumático.
Aisha foi criada e treinada no Brasil pelo especialista Glauco Lima, referência sul-americana no treinamento de cães de assistência e alerta médico. Seu destino final? Ser a companhia funcional e emocional de uma jovem nos Estados Unidos diagnosticada com TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático).
Segundo Glauco, a cadela foi preparada não só para brilhar em provas internacionais de obediência, mas também para atuar como suporte diário em momentos de crise, ansiedade e instabilidade emocional.
O valor da venda, intermediada pela veterinária Paloma Pegorer e pela agência 'Pets on the Go', não ficará com os envolvidos. Todo o dinheiro será reinvestido em programas de capacitação nos EUA, com foco em trazer ainda mais excelência ao trabalho desenvolvido no Brasil.
Glauco e Paloma são cofundadores da 'Sniffers - Cães de Alerta Médico', uma ONG que treina e doa cães a pessoas em situação de vulnerabilidade. Eles também são os responsáveis por trazer ao país o programa americano Segunda Chance, que transforma cães de abrigo em animais de assistência.
Um mercado em crescimento
Cães de assistência como Aisha são cada vez mais procurados em todo o mundo. Estudos publicados na revista Frontiers in Veterinary Science, em 2020, mostram que cães treinados para auxiliar pessoas com TEPT, autismo, epilepsia e outras condições médicas têm efeitos comprovados na redução de sintomas e no aumento da qualidade de vida.
Segundo a Assistance Dogs International, apenas em 2023 foram registrados mais de 24 mil cães atuando formalmente como animais de serviço nos EUA.
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