Viagem de cometa e o sonho Harry Potter: visitamos antes o Epic Universe

Primeira parada: "Celestial Park"

Pra chegar até aqui, você passa pelo primeiro portal do Epic Universe — uma estrutura imponente que chama atenção de longe! Todo mundo quer uma foto ali, me parece que será tão disputado quanto o famoso globo da Universal CityWalk.

Esse mundo tem um clima encantador, com carrossel diferente e sem cavalos, jardins, fontes de água dançantes. Fofo, né? Mas não se engane: ele abriga a atração mais radical do parque — a montanha-russa Stardust Racers. Essa é para quem bate no peito e diz que ama adrenalina.

Se algum dia for possível viajar num cometa, imagino que a sensação seja parecida e já dou a dica: encoste a cabeça e se prepare para duas acelerações intensas, daquelas de tirar o fôlego. A impressão é de que saí da cadeira por algumas vezes - o que colegas chamaram de gravidade zero. No final, saí do carrinho com a boca seca, mesmo.

A montanha-russa tem lançamento duplo e o que eles chamam de "Celestial Spin", um cruzamento invertido entre dois trilhos. Aqui, meus amigos, a impressão é que você quase consegue tocar as pessoas que estão no outro carrinho. Surreal! Tragam um prêmio para quem criou isso.

E para quem se pergunta se há diferença entre os carrinhos, digo que sim. Um deles é mais radical que o outro (risos nervosos). Meus colegas jornalistas, corajosos, foram duas vezes para confirmar essa informação. Eu, confesso, não tive a mesma coragem. Fiquei aguardando junto com o Jeffery, nosso simpático guia americano da Universal.

Por isso, se puder — e tiver coragem — vá duas vezes. Mesmo com medo e com a perna meio trêmula, sou obrigada a reconhecer: a Stardust Racers é majestosa. Ela fica no coração do Epic Universe e impressiona de longe. E aquele cruzamento de carrinhos que mencionei? É lindo de ver à noite.

Segunda parada: "O Mundo Mágico de Harry Potter - Ministério da Magia"

Não escondi minha alegria quando percebi que o guia estava nos levando para a área de Harry Potter. O portal é lindo, uma mão segurando uma varinha. Por um momento, lembrei de uma cena clássica do filme, quando todos os bruxos levantam a varinha em sinal de reverência a Dumbledore, depois de sua morte.

Assim que você passa do portal, está no cenário de Animais Fantásticos, em Paris, nos anos 1920. É tudo muito, mas muito bonito mesmo - e arrisco a dizer que tem área ali que pode ser usada para novas atrações.

Por lá, restaurantes, lojas e todos os funcionários agem realmente como se estivessem na França. Nunca conheci Paris, mas fiquei encantada com a réplica criada no parque.

Há também o Le Cirque Arcanus, que não deu tempo de assistir, mas, segundo a Universal, trata-se de um espetáculo teatral ao vivo com criaturas fantásticas, efeitos especiais e os artistas ficam bem próximos do público. O show acontece em determinados horários do dia. Nessa área também é possível conjurar feitiços com as novas varinhas interativas que são vendidas nas lojas oficiais da Universal.

Sai Paris, entra o Ministério da Magia Britânico. Aqui eu não segurei as lágrimas. Não tem como! A fila para a atração principal é o maior presente que um fã de Harry Potter poderia receber. Tudo nessa área te leva a outro nível de imersão.

É como se tivessem transportado os cenários das gravações dos filmes para o Epic Universe. Ou melhor, é como se, por magia, a gente fosse levado para dentro do mundo de Harry Potter.

Eu, que trabalho com palavras, não encontrei nenhuma que explicasse o que senti ali. Como explicar estar dentro de algo que, até então, parecia inalcançável? É difícil explicar uma paixão - a gente só sente. Mas, de alguma forma, quem criou essa área sabia exatamente como nos tocar. Diria que há um potterhead dentro da Universal. Ficaria horas naquela fila só pra olhar cada detalhe.

Não é permitido filmar dentro do simulador, que nos leva para um passeio por dentro do Ministério da Magia, mas adianto que ele encerra o passeio como se dissesse, silenciosamente: "Você também faz parte disso". E mesmo sem a carta de Hogwarts, eu saí de lá sabendo que pertenço àquele mundo.

Terceira parada: "Como Treinar Seu Dragão"

Sem dúvidas, um dos mundos mais encantadores — e também a área mais voltada para o público infantil. Cuidadosamente decorada com dragões, vikings, rochas e barcos, é mais um momento em que parece que fomos teletransportados, só que agora, direto para a Ilha de Berk. Difícil apontar uma atração principal, porque cada experiência tem seu charme.

A Hiccup's Wing Gliders é uma montanha-russa familiar deliciosa, com aquele equilíbrio perfeito entre emoção e diversão. A sensação é de estar sobrevoando a ilha. Amei e voltaria!

O Dragon Racer's Rally me deu um medinho no começo, confesso, mas foi tranquilo. É um treinamento de voo de dragão com manobras acrobáticas e giros rápidos. A parte mais legal: você controla a intensidade do brinquedo — pode escolher algo mais leve ou se jogar no radical.

O Fyre Drill é uma atração aquática interativa. Não consegui ir, mas fiquei com muita vontade — ainda mais com o calor que fazia em Orlando. É uma batalha entre barcos, onde você usa canhões de água para acertar alvos e, claro, acaba molhando geral nos outros barcos também.

Não vi o Viking Training Camp, mas, conforme a Universal, é um paraíso para os pequenos com torres de escalada, escorregadores. Um playground temático com imersão.

Por fim, The Untrainable Dragon — um espetáculo ao vivo com personagens como Soluço, Banguela e Astrid. A produção é linda e tem uma surpresinha logo no início que prende até os adultos. Mas, pra mim, é um rolê bem infantil, uma mistura de teatro e música.

Penúltima visita: "Dark Universe"

Essa é a área de terror do Epic Universe, talvez a menor do parque, mas com um clima diferente. Sabe quando você passa o ano todo esperando por monstros no parque? Esse mundo te dá uma amostra! A vila é bem sombria. Fui no começo da tarde, mas acredito que a experiência seja completamente diferente à noite, sem a luz do dia.

A vila Darkmoor é gótica, assustadora e muito detalhada. Tem até um moinho que pega fogo do nada. Por lá, você encontra personagens clássicos do terror circulando livremente — o Homem Invisível, Drácula, Lobisomem entre outros.

É tudo bem caprichado, com neblina, ruídos ao fundo e arquitetura no estilo europeu antigo, me julguem, mas gostei, achei charmoso.

A atração principal é o simulador "Monsters Unchained: The Frankenstein Experiment". A fila é uma experiência à parte: uma confusão de luzes, sons e informações que já te colocam no clima de tensão. Não é permitido gravar lá dentro, mas a atração mistura montanha-russa com tecnologia imersiva.

Impressionante a riqueza de detalhes da atração, tem personagens que parecem reais. Não chega a ser radical, mas o fato de você conseguir ver o carrinho à frente pode tirar um pouco da surpresa.

Minha parte preferida foi "Curse of the Werewolf", uma montanha-russa giratória inspirada no Lobisomem. Fui duas vezes. Na primeira, o carrinho girava pouco — foi uma boa dose de adrenalina, sem exagero. Já na segunda, entrei no carrinho que gira sem parar e confesso que passei um pouco mal.

Mas faz parte, né? Eu sabia que tinha chance de cair no carrinho dos fortes.

Não visitei, mas acho que vale mencionar que o Dark Universe tem uma área para quem quer se maquiar e usar acessórios. É pago à parte.

O último (e imperdível) mundo: "Super Nintendo World"

Tenho memória afetiva com a Super Nintendo, meu único vídeo game da vida foi um Nintendo 64, aquele de assoprar fitas, sabe? Ele me proporcionou boas memórias. Por isso, não pude conter a expectativa de conhecer essa área.

Depois do portal, você sobe uma escada rolante, que imita o famoso cano verde do jogo — com direito a efeitos sonoros, claro — e pronto: você está na Super Mario Land. A trilha sonora clássica, os blocos flutuantes, os personagens gigantes e cada detalhe do cenário te transportam direto para dentro do jogo, no meu caso, para minha infância.

A principal atração é a Mario Kart: Bowser's Challenge. Aqui, você entra no carrinho com um visor de realidade aumentada e vive uma corrida maluca contra o Time Bowser. Quando dei por mim, estava dentro jogo.

A tecnologia me impressiona. Dá pra coletar moedas, desviar de obstáculos, lançar cascos nos adversários. É colorido, caótico e, de novo, super tecnológico. Espero que você vá melhor do que eu, que não fiz muitos pontos, mas me diverti muito!

Depois, prepare-se para a montanha-russa Donkey Kong: Mine-Cart Madness. A sensação de que o carrinho vai sair dos trilhos ou despencar é real — mas tudo faz parte da magia dos trilhos ocultos. Se você é fã de Donkey Kong, se prepare, você vai surtar com os detalhes.

Além das atrações principais, a área inteira é interativa. Se estiver com a Power-Up Band (uma pulseira especial que pode ser comprada à parte), dá pra desbloquear jogos escondidos, bater nos blocos amarelos com interrogação.

Há também uma área chamada Yoshi's Adventure, que também não conheci, mas, segundo a Universal, é uma atração divertida para crianças, onde os visitantes podem andar em Yoshis e coletar ovos.

Foram quase 9 horas dentro do Epic Universe. Uma experiência totalmente distante da minha realidade. Saí de lá com vontade de voltar. Já falei isso, mas repito: os criadores desse parque merecem um prêmio. Entrar no Epic Universe é como reencontrar a criança que vive dentro da gente, e eu não reencontrava a minha há muito tempo. Por algumas horas, o mundo real ficou em pausa — e tudo virou diversão.

Últimas dicas

Para quem não está acostumado com o sol de Orlando saiba que encontrar uma sombra não é tarefa fácil no parque em geral. Por isso, vá bem confortável, com boné (não levei e senti falta), muuuito protetor solar e, claro, água. Beba água!

A Universal possui quatro parques na Flórida: Universal Studios Florida, Islands of Adventure, Volcano Bay e o novo Epic Universe. Além do CityWalk, que é uma central de entretenimento da Universal em Orlando com restaurantes, bares, lojas. O complexo conta com 11 hotéis na região e todas as áreas têm lojas e restaurantes temáticos.

O ingresso Explorer 2025 inclui entrada no Universal Studios Florida, Universal Islands of Adventure e Universal Volcano Bay por 14 dias, além de um dia separado de entrada no Epic Universe. Já os ingressos multi-day incluem três dias de entrada nos parques temáticos da Universal - incluindo um dia de entrada no Epic Universe. Outros produtos para o Universal Epic Universe, incluindo Universal Express Passes, VIP Tours estarão à venda em breve.

Mais informações: www.universalorlando.com/epicuniverse.

*A jornalista viajou a convite da Universal Orlando Resort