Vinho alemão é injustiçado? Conheça a uva riesling, estrela local
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Em um trecho do documentário "Somm", de 2012, alguns sommeliers falam de uvas que deveriam ser mais conhecidas. A resposta é unânime: riesling. O videocast "Vamos de Vinho" desta semana no Canal UOL tenta achar explicações para o fato de uma das melhores uvas brancas do mundo ainda não ter caído no gosto geral.
Nos 13 anos que se passaram desde o documentário, a riesling ganhou um pouco mais de espaço, mas ainda é um pouco um segredo de entendidos.
Uma das hipóteses é a dificuldade que o vinho da Alemanha, principal país produtor da casta, tem de conquistar mercados. As razões são muitas e compreensíveis, como a barreira da língua e um sistema complicado de classificação. Mas uma delas não: o preconceito.
Muitas pessoas ainda associam o vinho alemão ao notório Liebfraumilch, o vinho da garrafa azul que fazia muito sucesso no mundo todo nos anos 80. Docinho e com "gosto de uva", era item comum em comemorações também no Brasil.
Com o passar do tempo, porém, esse vinho foi saindo de moda e virou uma espécie de sinônimo de vinho ruim e de vinho alemão. "O vinho de garrafa azul destruiu a reputação do vinho alemão", diz Vinicius Mesquita no programa.
Mas essa associação é injusta e ignora o extrema qualidade dos vinhos teutônicos, especialmente os de riesling. Aliás, a cepa frequentemente nem era usada na produção do Liebfraumilch.
Vinho doce é ruim? A riesling está aí para provar que não
No "Vamos de Vinho" sobre a casta riesling, Rodrigo Barradas segue em sua cruzada em defesa dos vinhos doces. "A riesling é propícia para vinhos que não são tão secos, e eles são ótimos", diz o jornalista no programa.
A riesling é uma casta muito versátil, que produz vinhos de alta qualidade em diversos níveis de doçura. No caso dos alemães, vai desde os excelentes secos (trocken) até os raríssimos e cobiçados trockenbeerenauslese, vinhos doces feitos com uvas atacadas pela "podridão nobre".
O que confere equilíbrio aos vinhos doces de riesling é a acidez marcante, que faz com que os vinhos não fiquem chatos. Ajuda também a complexidade dos aromas da casta, que têm frutas (desde as cítricas até as mais tropicais, como abacaxi), muita mineralidade e, frequentemente, uma nota facilmente perceptível de petróleo.
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