'Rua mais pecaminosa do mundo' fica na Alemanha; destino é tendência do ano

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A cidade de Hamburgo, na Alemanha, foi apontada como destino perfeito para férias urbanas em 2025 pelo jornal britânico Metro. Um dos seus maiores atrativos, ainda de acordo com a publicação, é a "rua mais pecaminosa do mundo".
Que rua é essa?
A Reeperbahn, uma rua no badalado bairro de St. Pauli, famoso por sua vida noturna animada, é tida como a "mais pecaminosa do mundo". A reputação é um tanto oficial: até material de marketing do governo alemão já usa o apelido para divulgar o trecho aos turistas.
Essa fama teria nascido há séculos. Entre 1618 e 1648, o território da atual Alemanha estava envolvido na Guerra dos Trinta Anos e, com isso, bairros de Hamburgo foram elevados e fortificados. Mas a região de Hamburg Berg, hoje St. Pauli, estava localizada fora das muralhas. Assim, os "indesejáveis" começaram a se fixar por lá: prostitutas, hospedarias e o Pesthof, um hospital para doenças mentais e epidemias.

Nos anos seguintes, chegaram artesãos e outros comércios. Aos poucos, a rua onde se fabricavam cordas —"reepschlägern" significa cordoeiro, daí o nome da rua— foi se tornando um centro de entretenimento da região.
Câmaras obscuras, circo, museu de cera, encantadores de serpentes, ventriloquistas e domadores de animais ferozes divertiam o público e dividiam as atenções com bares, bordéis e casas de shows nos séculos seguintes.

Em especial, o cruzamento da Davidstrasse com a Reeperbahn sempre foi um ponto de prostituição, tolerada desde o século 19, quando trabalhadoras do sexo tinham que se registrar para não terem problemas com a lei; a preocupação era a transmissão de doenças pela prostituição clandestina, segundo uma reportagem da revista do Museu Histórico de Hamburgo.
Nem mesmo as adversidades da Primeira Guerra e do regime nazista contiveram a Reeperbahn. Ela talvez tenha vivido seu auge nos anos 1960, quando a banda The Beatles fez shows em diversos bares antes da fama, o que rendeu à rua uma praça dedicada a John, Paul, George e Ringo. Na época também foi aberto o mais moderno bordel da Europa até então: o Eros Center.

A casa, que tinha seis andares, se tornou uma sensação, que só perderia força nos anos 1980, quando se viu obrigada a fechar às portas temporariamente em meio à epidemia de Aids. Mas o grande "golpe" para a Reeperbahn veio no fim dos anos 2000, época em que o Museu de Arte Erótica fechou, assim como outros clubes e bordéis.
Estes espaços foram dando lugar a bares, restaurantes e comércios, reportou à época o jornal britânico The Independent, motivados pelo desejo crescente dos mais jovens por álcool — muito mais do que por sexo.
O que você pode ver por lá?
A "rua mais pecaminosa do mundo" não perdeu totalmente sua identidade. Até hoje, ela é repleta de casas de striptease, sex shops e bordéis famosos por suas fachadas coloridas com neon.
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Bares com ringues de boxe e prostitutas nas vitrines e janelas se exibindo a clientes parecem relatos do Distrito da Luz Vermelha em Amsterdã, mas são corriqueiros por lá.
O jornal britânico The Independent recomenda a visita à Reeperbahn pela atmosfera, já que os trabalhadores (até seguranças!) seriam mais hospitaleiros do que em Berlim, e as festas mais animadas, com dress code menos rígido.

E para quem não procura só sexo, drogas (lícitas) e rock 'n' roll, ela ainda oferece a Operettenhaus, um teatro que abriga musicais populares na Broadway de Nova York, como "Cats" e "Mamma Mia", embora outros teatros e cabarés também atraiam turistas aos seus espetáculos.
Todo ano, no mês de setembro, a rua ainda abriga o Reeperbahn Festival, maior festival de clubes da Europa, que atrai cerca de 900 números musicais para 70 estabelecimentos. Estima-se que cerca de 35 mil pessoas passem por lá.

Ironicamente, outro ponto conhecido é a Davidwache, delegacia de polícia construída entre a Davidstrasse e a Reeperbahn ainda no século 19.
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