Barroco brasileiro: conheça história da 'igreja de ouro', em Salvador
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Parte do teto da Igreja e Convento de São Francisco de Assis, conhecida como "igreja de ouro", no Centro Histórico de Salvador, desabou e deixou mortos e feridos na tarde desta quarta-feira (5).
Qual a história da Igreja e Convento de São Francisco de Assis?
Igreja e convento foram erguidos entre os séculos 17 e 18. Os locais são considerados uma das "Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo" e tombadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Construção do convento começou primeiro, mas terminou depois da Igreja. Segundo informações da biblioteca digital do IBGE, obras do convento terminaram em 1752 e, as da Igreja, em 1723. O complexo dos dois locais foi concluído em 1782, com a colocação dos azulejos.

Igreja e convento têm azulejos portugueses, que reproduzem o nascimento de São Francisco. Eles estão enfeitados por talhas de madeira moldadas com ouro em pó e com símbolos do barroco brasileiro, como folhas, pelicanos, flores e anjos.
Igreja é considerada uma das mais significativas expressões do barroco no Brasil. O teto possui pinturas de Frei Jerônimo da Graça, realizadas entre 1733 e 1737.
Decoração do convento teve uma parte criada por Bartolomeu Antunes de Jesus em 1737, em Lisboa. O artista é considerado um dos grandes mestres da azulejaria de Portugal. Uma das obras mais emblemáticas é formada de 37 painéis medindo cerca de 2 metros de altura cada um.

Em 2023, os azulejos portugueses foram restaurados. A obra recebeu recursos de cerca de R$ 4,1 milhões do FDD (Fundo de Direitos Difusos).
Festas de Santo Antônio e São Francisco são marcas do local. A igreja também celebra quatro missas semanais —uma aos domingos, duas nas terças e uma nas sextas— e recebe visitação diariamente, das 9h às 17h de segunda a sábado, e das 10h às 16h aos domingos e feriados, sob uma taxa de R$ 10.
Prefeito de Salvador prestou solidariedade às vítimas, familiares e a comunidade que frequenta a igreja. "Estamos totalmente à disposição para oferecer o suporte necessário às vítimas e apoiar a recuperação desse patrimônio tombado pelo Iphan. Seguiremos acompanhando de perto a situação e trabalhando para minimizar os impactos dessa tragédia", escreveu Bruno Reis (União Brasil) no X.

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