Pequeno vilarejo medieval abriga em suas casas o melhor resort da França
Acordar diante de campos de lavanda e vinhedos e atravessar lendárias ruelas medievais e escadarias de pedra até chegar ao café da manhã, servido em um bucólico terraço com vista panorâmica para a beleza natural da Provence, na França.
Esse é o cotidiano dos viajantes que se hospedam no Crillon-Le-Brave, um luxuoso hotel que ocupa distintos edifícios deste minúsculo e pacato povoado rodeado por montanhas, vinhedos e campos floridos — inclusive de lavandas — nos arredores de Avignon.
Parte da coleção Maisons Pariente (que também engloba o Lou Pinet, em Saint-Tropez, o Coucou Méribel, nos Alpes Franceses, e o novo Le Grand Mazarin, em Paris), o Crillon-Le-Brave é, sem dúvidas, a mais peculiar das propriedades do grupo capitaneado por Patrick Pariente, fundador da marca de roupas Naf Naf. Afinal, não é todo dia que você dorme e acorda em um vilarejo medieval da Provence que parece ser unicamente seu.
Cada trajeto pelo hotel, seja dia ou noite, atravessa as ruelas sinuosas, edifícios medievais e escadarias históricas do povoado, exatamente como tantos moradores já fizeram em tempos antigos. À noite, o céu ultra estrelado vira o protagonista de qualquer programa na praça principal e nas áreas ao ar livre.
O melhor resort da França
No ano passado, o hotel Crillon-Le-Brave foi eleito o melhor resort de toda a França pela revista Condé Nast. Ele ocupa dez diferentes edifícios do vilarejo — caprichosamente restaurados —, construídos entre os séculos 16 e 17, em distintas localizações, praticamente da base até o topo da colina.
Quartos, suítes, restaurantes e áreas comuns do hotel ficam espalhados pelas construções do vilarejo, incluindo a antiga capela, hoje poeticamente ocupada pela academia.
São apenas 34 quartos e suítes, todos diferentes entre si, decorados com tons pastéis e muita delicadeza. Todas as acomodações são muito espaçosas, com belas banheiras, luxuosas amenidades Diptyque, e delicados buquês de lavanda para perfumar o ambiente.
Tudo com vista para os vinhedos, campos floridos e o icônico Mont Ventoux, a montanha mais alta da região, seja a partir de grandes janelas ou varandas privativas.
O spa, os dois restaurantes de alta gastronomia (La Table du Ventoux e La Madeleine, ambos sob o comando do chef Adrien Brunet), a espetacular piscina panorâmica e aquecida e as demais áreas comuns do hotel também ocupam antigas construções restauradas do povoado — e sempre com a beleza natural da Provence à vista.
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O Spa des Ecuries by Tata Harper, aliás, é imperdível: subterrâneo, tem suas deliciosas salas de tratamento ocupando espaços que já foram estábulos e grutas em outros tempos.
Ver o tempo passar à beira da piscina ou nos terraços dos restaurantes é a grande pedida para qualquer hóspede. Mas passear pela região também é preciso; e os concierges do hotel são craques em organizar bucólicos piqueniques ou visitas a vinícolas dos arredores (Provence é a mais antiga região produtora de vinhos da França, com registros de mais de 2.600 anos atrás).
Outro programa gratuito e de satisfação 100% garantida é emprestar uma das bicicletas que ficam à disposição ao lado da recepção e circular à vontade entre vinhedos, campos floridos e outros pequenos vilarejos dos arredores, sem hora para voltar, entre bucólicos cafés, feirinhas e até micro museus.
Há também ótimas trilhas para trekking de distintos níveis de dificuldade, com vistas arrebatadoras durante todo o trajeto.
Passado nobre
Crillon-le-Brave é um povoado medieval bastante diminuto da Provence, no sudeste da França, com menos de 500 habitantes. Fica a 35 km de Avignon, que tem a principal estação de trens da região.
Construído no topo de uma colina, como boa parte dos vilarejos medievais por sua própria defesa e sobrevivência, tem apenas uma estrada, uma padaria, uma escola e um par de cafés. O hotel homônimo também é o único por ali.
Escavações feitas no local levantaram a possibilidade de que o povoado tenha sido uma aldeia ocupada desde o período Neolítico, e há vários vestígios de que tenha sido habitado também na época romana, quando teria sido conhecido como Crillonium.
Sua história tem registros mais volumosos a partir do século 14, quando uma família nobre de Avignon teria começado a governar o vilarejo e estendido seu feudo por ali até a época da Revolução Francesa (seu nome como conhecemos hoje vem de uma homenagem ao duque Louis des Balbes de Berton de Crillon, também conhecido como "Le Brave Crillon" , que viveu entre os séculos 16 e 17).
Crillon-Le-Brave alternou períodos de ocupação e declínio após a revolução, até se reestabelecer como o delicioso vilarejo que é hoje nos anos 1970.
Quem não se hospeda no hotel também pode curtir as belezas do encantador povoado, é claro. Afinal, suas ruas, vielas, praças e igreja são espaços públicos com entrada gratuita — e definitivamente valem o passeio e as espetaculares vistas panorâmicas a partir de cada ruela e cada fresta.
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