Vinhos produzidos perto de vulcão ativo estão entre os melhores da Itália
Nas encostas do gigante e irascível Monte Etna, um dos três vulcões ativos da Itália, também existe uma das regiões vitivinícolas mais ativas do país. Em anos recentes, o mundo passou a prestar atenção nos vinhos produzidos nessa área, especialmente os tintos.
Nesta semana, o videocast "Vamos de Vinho", apresentado pelos jornalistas Vinícius Mesquita e Rodrigo Barradas no Canal UOL, fala da Sicília, ilha onde o Etna se localiza.
Com relatos de produção de vinho desde os tempos de domínio dos gregos, a Sicília se notabilizou no mundo moderno pela produção de vinhos doces (como o Marsala) e tintos bastante concentrados, que refletem o clima quente, seco e ensolarado da ilha.
Só que, no Etna, é diferente. Com altura de 3 mil metros, o vulcão tem encostas frias, que favorecem a plantação de uvas mais delicadas, que produzem um estilo de vinho mais sutil, normalmente associado a regiões mais ao norte da Europa. Não é à toa que virou uma espécie de clichê dizer que o Etna é a "Borgonha da Itália".
A uva mais famosa por ali é a nerello mascalese. A nerello capuccio interpreta um papel coadjuvante. Os vinhos que elas compõem (cuja denominação se chama Etna Rosso) costumam ser pálidos, de pouco corpo, e combinam notas de frutas vermelhas do bosque, como morangos e cerejas, com algo de mineral e de especiarias como canela e ervas mediterrâneas.
A região também produz brancos, como o Etna Bianco, que normalmente é feito com carricante e catarratto.
De difícil plantio e manutenção, as vinhas do Etna, algumas muito antigas, estavam muto próximas do abandono até o início deste século. Mas foram redescobertas, em grande medida por forasteiros, e hoje produzem alguns dos vinhos mais desejados da Itália, em pé de igualdade com denominações mais famosas, como Brunello di Montalcino, Barolo e Amarone della Valpolicella.
A uva mais típica da Sicília
Com perfil que remete ao clima quente e ensolarado da Sicília, a cepa nero d'Avola tende a produzir um vinho escuro, com bastante corpo e concentração, aromas de ameixas e cerejas pretas e uma acidez que ajuda a contrabalançar a sua intensidade de fruta.
Mas, embora faça vinhos muito bons, nunca foi uma uva de muito prestígio internacional. Dois vinhos que colocaram a Sicília em destaque, ainda nos 80, o Duca Enrico e o Rosso del Conte, eram feitos com essa uva, mas pouco se falava sobre isso (nem se mencionava o assunto no rótulo).
Com um prestígio mais recente, a cepa divide a opinião da dupla de apresentadores do videocast. Enquanto Rodrigo Barradas defende que esta é uma das mais elegantes de seu perfil do sul da Itália, Vinícius Mesquita tem suas ressalvas.
Vamos de Vinho:
Apresentado pelos jornalistas Vinícius Mesquita e Rodrigo Barradas, o videocast combina conhecimento especializado e uma abordagem descontraída sobre o vinho. Os episódios são disponibilizados toda quinta, no Canal UOLe no Youtube de Nossa. Assista ao programa da semana:
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