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Mansão que custa R$ 1,5 bilhão se torna o imóvel mais caro do mundo à venda

A mansão The Holme, no Regent"s Park, em Londres - Garry Knight/Creative Commons
A mansão The Holme, no Regent's Park, em Londres
Imagem: Garry Knight/Creative Commons

De Nossa

06/03/2023 04h00

Uma mansão histórica em Londres acaba de entrar no mercado imobiliário por cerca de 250 milhões de libras — pouco mais de R$ 1,56 bilhão — o que a tornou o imóvel mais caro do mundo à venda no momento, segundo a revista Architectural Digest.

THe Holme, como ela é conhecida, ultrapassou o preço da novíssima cobertura da Central Park Tower em Nova York, que atualmente está disponível por US$ 250 milhões ou R$ 1,3 bilhão. Caso seja vendida por este valor, a imponente residência britânica se tornará a maior negociação imobiliária da história da capital britânica.

Situada no Regent's Park, próximo ao Palácio de Buckingham, a propriedade de 40 dormitórios situada em um terreno de mais de 1,8 hectare com lago e amplos jardins pertencia até então à realeza, mas não a britânica.

O endereço era do príncipe Abdullah bin Khalid bin Sultan al-Saud, membro da família real da Arábia Saudita e representante do país nas Nações Unidas, segundo registros públicos obtidos pelo jornal Financial Times.

A mansão The Holme, no Regent's Park, em Londres - VV Shots/Getty Images - VV Shots/Getty Images
Imagem: VV Shots/Getty Images

The Holme foi dada por ele como garantia — junto com um apartamento em Nova York, uma casa à beira do italiano Lago de Como, um avião e outros investimentos — em um empréstimo de 150 milhões de libras (R$ 936,4 milhões), que não foi pago. Assim, a mansão foi tomada pelos credores e colocada à venda.

O jornal The Telegraph estima que seu preço possa passar eventualmente de 300 milhões de libras ou R$ 1,87 bilhão. O motivo para os tão altos valores envolvidos está na sua riqueza histórica.

A mansão foi construída em 1818 — há 205 anos, portanto — pelo arquiteto Decimus Burton e foi o lar de James Burton, um importante construtor da era da Regência britânica. Com 2.700 metros quadrados distribuídos por dois andares, ela tem elementos populares da época como um pórtico em estilo jônico.

A mansão fica ao lado do Queen Mary's Gardens, no Regent's Park - iStock - iStock
A mansão fica ao lado do Queen Mary's Gardens, no Regent's Park
Imagem: iStock

Para além do apelido de "Casa Branca de Londres", ela chegou a ser descrita como "uma das casas particulares mais desejáveis de Londres" pelo estudioso de arquitetura Guy Williams. Já o crítico Ian Nairn a qualificou como a "definição de civilização ocidental em uma única vista".

The Holme foi a segunda villa a ser construída no Regent's Park, onde há algumas poucas mas muito exclusivas propriedades de milionários e aristocratas britânicos. Com dois andares, além de um subsolo de escritórios, ela é reconhecida pela sua rotunda decorada por quatro colunas na fachada.

Até hoje, ela passou por duas grandes reformas: uma em 1911, quando ganhou alas extras assinadas por Bertie Crewe, e outra em 1935, para a substituição de um domo. Ela seria tão grande por dentro que abrigou temporariamente a instituição de ensino Bedford College antes de se tornar novamente imóvel particular, segundo a Associação de Amigos do Regent's Park.

A mansão The Holme, no Regent's Park, em Londres - Justinc/Creative Commons - Justinc/Creative Commons
Imagem: Justinc/Creative Commons

"É uma propriedade-troféu... E você terá que esperar por um tempo para ver uma próxima, então eu não me surpreenderia se esta quebrasse recordes", opinou Roarie Scarisbrick, sócio da consultoria imobiliária de luxo Property Vision, ao Financial Times.

No entanto, interessados milionários terão de se preparar para lidar com todas as atenções (e a consequente falta de privacidade) que um imóvel deste porte atrai. "Não seria uma transação discreta, então vai exigir um comprador que não seja tímido", palpitou ainda Roarie. Afinal, só o fato de ela estar à venda já virou notícia.