Como são os aviões que só têm classe executiva para menos de 80 passageiros

Você já imaginou entrar em um avião comercial e, lá dentro, encontrar um ambiente sem qualquer vestígio do aperto da classe econômica? Pois saiba que esse tipo de aeronave existe e, atualmente, faz viagens regulares entre a Europa e os Estados Unidos.

São aviões de uma companhia aérea francesa chamada La Compagnie e que contam apenas com classe executiva, na qual viajam, no máximo, 76 privilegiados clientes.

Os voos são realizados com modelos Airbus A321neo, com 44 metros de comprimento e que poderiam transportar mais de 200 pessoas — mas que, no projeto de criar um ambiente de exclusividade, foram adaptados para comportar menos de 80 passageiros.

E, neste espaço de sobra, o que não falta é o conforto típico das classes executivas: os assentos se reclinam totalmente, virando verdadeiras camas com 1,92 metro de comprimento e que vêm acompanhadas de travesseiros antialérgicos e produtos de beleza e bem-estar de marcas luxuosas, como hidratantes da empresa francesa Caudalie.

Além disso, os voos contam com wi-fi ilimitado e, na frente dos assentos, há telas de 15 polegadas de alta definição que exibem uma ampla variedade de filmes, documentários e séries.

Na hora das refeições, por sua vez, não há sinal da comida pouco apetitosa que costuma circular por classes econômicas mundo afora.

A La Compagnie afirma trabalhar apenas com cozinheiros renomados para desenvolver os pratos servidos em sua classe executiva.

Voos que a empresa tem operado entre os Estados Unidos e a Itália, por exemplo, já tiveram menus criados por chefs de restaurantes com estrela Michelin, como Floriano Pellegrino e Isabella Potì (do restaurante Bros', na cidade italiana de Lecce) — e tudo podendo ser harmonizado com vinhos orgânicos de vinícolas italianas.

As viagens aéreas entre os Estados Unidos e a França sempre têm a presença de receitas assinadas por respeitados chefs da terra do Louvre.

Executiva acessível?

Viajar com a La Compagnie, logicamente, não é barato (especialmente para brasileiros que trabalham com real).

Atualmente, a empresa opera voos entre o Aeroporto Internacional de Newark (que serve Nova York, nos Estados Unidos) e aeroportos que servem as cidades de Paris (França), Nice (também na França) e Milão (na Itália).

Uma passagem de ida e volta entre Newark e o aeroporto Paris-Orly, por exemplo, custa a partir de US$ 2.300* (aproximadamente R$ 12.200). Já voos de ida e volta entre Newark e o aeroporto que serve Nice têm bilhetes a partir de US$ 2.900 (cerca de R$ 15.400).

Porém, mesmo com passagens de alto custo e seus aviões dominados por um ambiente de exclusividade, a La Compagnie se define como uma empresa que quer oferecer uma classe executiva mais acessível do que as companhias aéreas tradicionais.

E o preço pode realmente ser mais barato do que o da concorrência: com a Air France, por exemplo, um tíquete de classe executiva de ida e volta entre Nova York e Paris-Orly chega a custar mais de R$ 20 mil.

"A La Compagnie tem como foco viajantes que desejam voar em estilo premium, mas sem pagar um valor premium. Nosso objetivo é oferecer aos viajantes um serviço de classe executiva com uma tarifa atraente. Queremos ser a experiência mais próxima de voar em um ambiente privativo sem o preço de um jato privado", afirma Christian Vernet, presidente da La Compagnie.

A empresa também informa que "consegue manter seus preços competitivos por ter poucos aviões [apenas dois] e poucas rotas aéreas, o que proporciona um melhor controle dos custos de operação".

A companhia ainda não possui planos para operar rotas regulares desde o território brasileiro. Para viajar com a La Compagnie, é preciso ir até os Estados Unidos ou Europa.

*Todos os preços citados na matéria estão sujeitos a alterações.