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Uísque escocês vendido a R$ 103,5 milhões pode ser o mais caro do mundo

Barril de uísque de 47 anos pode ser o novo recordista: ele teria sido arrematado por 16 milhões de libras ou R$ 103,5 milhões - Divulgação
Barril de uísque de 47 anos pode ser o novo recordista: ele teria sido arrematado por 16 milhões de libras ou R$ 103,5 milhões Imagem: Divulgação

De Nossa

13/07/2022 16h59

O uísque mais caro do mundo pode ser um escocês de 47 anos — seu barril foi lacrado em 1975 — arrematado em um leilão particular por 16 milhões de libras ou R$ 103,5 milhões, informou nesta segunda (11) o rótulo Ardberg à revista "Food and Wine". Caso seja autenticada, a venda pelo valor anunciado pela destilaria é cerca de oito vezes maior qualquer competidor ou recordista anterior.

Até então, dois uísques disputavam o título: um barril "esquecido" de Macallan de 1988, vendido a quase R$ 5,7 milhões em abril, e um segundo barril de Macallan — um dos rótulos mais antigos e valiosos do mundo — desta vez de 1991 vendido a R$ 13 milhões junto com um NFT de uma obra de arte que o autenticava.

A "briga" entre os dois Macallans se dá porque é impossível determinar com precisão o valor do NFT e o quanto ele influenciou o aumento significativo das cifras atribuídas a safras semelhantes. E agora o terceiro elemento, o Ardberg 1975, entra no páreo, mas impondo uma dificuldade: enquanto seus concorrentes foram arrematados em leilões públicos, ele teria sido vendido em um leilão privado através da Moet Henessy a um comprador anônimo.

Como os valores e os detalhes de compras particulares não estão disponíveis ao público, é mais complexo para que um recorde deste tipo seja autenticado, especialmente porque não se conhecem outras vendas de leilões deste tipo, que poderiam ser tão altas ou até maiores quanto esta. No entanto, também é difícil ignorar o anúncio de uma cifra tão expressiva.

"Baseados nos números públicos de vendas em leilões, acreditamos que este seja um recorde para a venda de um barril individual de um uísque single malt. É certamente o mais caro que já vendemos — e apesar de não termos acesso a informações de vendas privadas de competidores — a informação disponível publicamente sugere que seja um recorde para a categoria", disse um porta-voz da Ardberg à publicação.

O "scotch" milionário também é bastante raro, já que sua destilaria de origem chegou a fechar algumas vezes - Divulgação - Divulgação
O "scotch" milionário também é bastante raro, já que sua destilaria de origem chegou a fechar algumas vezes
Imagem: Divulgação

E por que o seu valor é tão alto? É preciso olhar não só para o barril, como para o rótulo. O que torna um uísque caro é, em primeiro lugar, a "raridade" da bebida. "Há apenas 25 anos, o uísque Adberg estava à beira da extinção", lembra o CEO da empresa, Thomas Moradpour.

O cenário já era também bastante difícil durante os anos 70 e 80, quando o barril da destilaria fundada em 1815 foi produzido. Tanto que boa parte de sua produção foi vendida em 1981, quando a casa fechou pela primeira vez. Reaberta no fim da década, ela fechou novamente em 1996. Comprada em 1997 pela Glenmorangie, ela hoje fabrica um dos uísques de maior prestígio do mundo.

No entanto, um original de seu período de dificuldades é bastante difícil de ser encontrado. Agora de posse ao equivalente a 440 garrafas de uísque, o novo proprietário do barril deve mantê-lo com a casa original para que ele seja engarrafado aos poucos — 88 garrafas por ano — nos próximos cinco anos, criando uma série de uísques raros de 46 a 50 anos com aromas de nozes e ervas defumadas e notas de café, hortelã e alcatrão.