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Conheça a batata frita de Marechal Hermes que venceu 'larica' de Snoop Dogg

As porções são tão fartas que não cabem na 'quentinha' de alumínio e, por isso, são sustentadas por uma sacola plástica Imagem: Arquivo pessoal

Luciana Cavalcante

Colaboração para Nossa, do Rio de Janeiro

28/06/2022 11h56

A batata frita de Marechal Hermes passou a ser considerada Patrimônio Cultural de natureza material do Rio de Janeiro, através da Lei 9692, publicada no Diário Oficial do estado na segunda-feira (23).

O petisco que recebeu o título é vendido na barraca do comerciante Ademar de Barros Moreira, 67, há mais de 30 anos.

Os palitos ganharam fama pelas porções gigantes de até 3 kg que vêm cobertas com generosas camadas de queijo, frango, calabresa e bacon fritos.

Tanta fartura impressionou até o rapper Snoop Dogg, que em um vídeo publicado nesta sexta (24) louvou Ademar como o "Rei da Batata Frita do Rio de Janeiro". O músico brincou que esta é a referência a ser mostrada à gerência de outros restaurantes quando economizarem na porção de fritas servida.

A barraca reconhecida pela lei fica na Rua João Vicente, ao lado da estação de trem Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio. O trailer é simples, mas está sempre lotado de gente de todas as idades. Funciona de segunda a segunda, sempre a partir das 17h e vai até a madrugada, entre 2h e 3h, dependendo do movimento.

O lugar só trabalha com batata frita palito, mas o que chama a atenção são os tamanhos. São quatro porções de acordo com o peso, sendo 1,5 kg (R$ 25); 2 kg (R$ 30); 2,5 kg (R$ 40) e 3 kg (R$ 45). O espaço não faz entregas e o cliente pode escolher entre consumir no local ou pedir para viagem. "Não entregamos por uma questão de qualidade já que a batata, depois de um tempo, fica mole e não tem mais a mesma textura", justifica o comerciante.

Ademar de Barros Moreira, o "Rei da Batata Frita do Rio de Janeiro", segundo o rapper Snoop Dogg Imagem: Reprodução/Instagram

O exagero nos acompanhamentos é outro atrativo do lanche. Por cima dos palitos pode vir uma verdadeira montanha de frango desfiado, calabresa, bacon e muito catupiry, cheddar e queijo ralado, além de maionese, mostarda e ketchup, de acordo com o gosto do freguês.

Mesmo com tudo isso, segundo Ademar de Barros, se o cliente pedir ainda tem um choro. "Sempre tem uns que pedem para caprichar mais em uma coisa ou outra e a gente capricha", conta.

Foi desse "choro" que surgiu a ideia da batata frita gigante há 10 anos, após mais de 20 anos oferecendo a receita no tamanho tradicional. "Como os clientes sempre pediam para caprichar e eu tive a ideia de criar tamanhos maiores para atender vários gostos e bolsos".

Há porções para todos os apetites e bolsos na Batata da Marechal Imagem: Reprodução/Instagram

A novidade virou uma tradição no lugar, que é parada obrigatória para quem circula por lá diariamente e até atração turística na região. "A gente recebe gente de todo lugar (sic). Tem uns que vem de longe, até dos Estados Unidos, Portugal. Vem gente famosa também, até o Romário já passou por aqui".

Ao longo dos anos, a procura cresceu tanto que o comerciante precisou alugar um ponto em frente à barraca para abrigar a cozinha. O espaço já chegou a ter salão com mesas e cadeiras para consumo no local, mas desde 2020, com o início da pandemia, só serve como local de preparo.

Além do tamanho, o número de ingredientes do preparo também impressiona. A cada quinze dias, são pelo menos 10 toneladas de batata in natura. As proteínas são compradas diariamente, sendo 25 kg de frango, 70 kg de calabresa e entre 40 kg e 50 kg de bacon.

Seu Ademar com a mão na 'massa', ou melhor, na batata que recebe complementos como calabresa, bacon e frango frito Imagem: Reprodução/Instagram

O segredo, segundo Ademar, é a escolha da batata certa e o cuidado com a quantidade de óleo. "Tem que saber escolher a batata boa, senão ela fica murcha logo depois de fritar. As melhores batatas são a argentina e a asterix. Tem que controlar a quantidade de óleo e secar bem depois de pronta".

Para dar conta dos pedidos, o comerciante conta com uma equipe de seis funcionários que se dividem entre o corte e a fritura da batata em nove fritadeiras. Hoje ele cuida apenas do atendimento. Em dias de muito movimento, o espaço chega a vender uma tonelada, com as fritadeiras funcionando simultaneamente.

Com a notícia do título em plena segunda-feira, considerado um dia de baixo movimento, as vendas duplicaram. "Normalmente a gente vende uns 500 ou 600 quilos em dias mais fracos, mas veio tanta gente que teve fila e vendemos quase uma tonelada de batata", comemorou.

Há ainda opções de molhos e complementos para o petisco Imagem: Reprodução/Instagram

Ademar de Barros diz que o título foi um presente pelos 33 anos que a barraca comemora em 2022. "Muita gente veio me parabenizar. Fiquei muito feliz porque aqui a gente trabalha honestamente todos os dias. Agradeço a todos os que colaboraram para isso, todas as reportagens que saíram e mostraram o nosso trabalho de verdade para o povo".

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