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Trançado japonês de 370 anos é usado da decoração à construção de aviões

A técnica Kumihimo, usada na moda e na decoração Imagem: Wagner Romano/Divulgação

Carol Scolforo

Colaboração para Nossa

24/05/2022 04h00

Kiichiro Domyo

QUEM É

A família Domyo criou a técnica de Kumihimo em 1652, até hoje usada por artesãos. Atualmente a empresa é administrada por Kiichiro Domyo, que está na 10ª geração da família e estudou Arquitetura na Universidade Waseda, no Japão.

Os japoneses e sua extrema habilidade de unir tecnologia e delicadeza: você imaginaria que fios de seda poderiam compor ornamentos para armas, aviões e próteses ortopédicas?

Por meio da técnica kumihimo, reconhecida como patrimônio imaterial do Japão, cordas trançadas surgem de mãos habilidosas para arrematar quimonos e roupas para cerimônias, além de objetos decorativos e itens religiosos.

De 24 de maio a 28 de agosto, a exposição "Kumihimo - a arte do trançado japonês com seda, por Domyo", revela o pensamento por trás da técnica. Com entrada gratuita, na Japan House de São Paulo, é possível entender como a seda pode, além de hipnotizar por seu visual milimétrico, colaborar com os campos da ciência matemática, abrindo possibilidades de aplicações das mais diversas.

Na exposição, três grandes instalações mostram mais de 30 reproduções de peças de kumihimo históricos — alguns deles com 140 feixes de fios.

Eles começaram a ser tramados pela família Domyo, que há mais de dez gerações produz artesanalmente cordões de seda, feitos à mão por artesãos. Atualmente, Kiichiro Domyo é quem está à frente da empresa — e vem ao Brasil para a exposição.

Do avião ao quimono

O kumihimo se destaca tanto pela resistência quanto pela elasticidade. Mas o que determina seu aspecto final são os métodos de trançado e amarração, além da variação nos ângulos de orientação das fibras. Por isso é possível encontrar estruturas de tubos de carbono semelhantes ao kumihimo em tacos de golfe e até aeronaves.

Kumihimo na decoração Imagem: Wagner Romano/Divulgação
Kumihimo sendo feito Imagem: Wagner Romano/Divulgação

Mas não precisa ir tão longe: um dos tipos mais conhecidos de kumihimo compõe o obijime, cordão que passa por cima da faixa do quimono japonês. Além de contar sobre a história, a exposição exibe as evoluções da técnica, até chegar à moda atual — e à decoração — em um interessante percurso.

"Para nós é muito importante poder colocar o público brasileiro em contato com esse bem cultural tão significativo do Japão e apresentar a experiência e os conhecimentos adquiridos pela empresa Domyo desde 1652", diz Natasha Barzaghi Geenen, diretora cultural da Japan House São Paulo.

Exposição Kumihimo, na Japan House Imagem: Wagner Romano/Divulgação

A exposição é acessível e pode ser visitada de terça a sexta, das 10h às 18h. Aos sábados, das 9h às 19h e aos domingos e feriados, das 9h às 18h.

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