Apê alugado conta histórias com paredes cheias de estampas e objetos
Carol Scolforo
Colaboração para Nossa
19/05/2022 04h00
Trisha Guimarães tem uma visão bem clara sobre seu lar: "Sigo a teoria de que a casa nos cura", conta. Por isso, quando alugou este apartamento de 100 m² em Belém, no Pará, não teve pressa por vê-lo pronto. Como um remédio que não pode ser tomado todo de uma vez só, ela queria que a decoração fosse construída sem ansiedade, com riqueza de referências e detalhes.
O casal havia morado no Nordeste por um ano e amadureceu essa visão ao mesmo tempo em que o Instagram da jornalista, @acasacomoelae, crescia. "Acho que o processo de guardar dinheiro para comprar algo ou mesmo colocar a mão na massa são coisas importantes para compor um lar. Considero minha casa sagrada", conta, sobre o fato de ser criteriosa com o que entra ali.
Uma pessoa colorida
As cores nas paredes, objetos e móveis soltos são as alternativas que ela encontrou para driblar aquele medinho de decorar um apê alugado e não poder levar muita coisa quando for a hora de deixá-lo. "Toda a decoração veio das minhas ideias", diz. Apenas as mudanças no projeto de iluminação da sala e o louceiro no mesmo ambiente tiveram suporte profissional da arquiteta Patrícia Mendonça.
Quando eu penso no meu lar, penso num lugar colorido com muitas referências: da minha vida, as pessoas que passaram por ela, as viagens — eu gosto de olhar as paredes e me reconhecer"
Uma pista da profissão de Trisha são as frases e palavras que também enchem as paredes. "Acho poético", aponta a jornalista. Outro detalhe importante são os aromas da casa. "Os pathchoulis estão sempre impregnados nas roupas e a casa está sempre com cheiro de 'floresta'", diz ela, que aposta na sensorialidade.
As estampas são mais um fascínio. Veja na varanda um lambe-lambe impresso pelo casal. Somado a um cordão de luz, compõe o cenário perfeito para uma noite de vinhos, como eles gostam. Em um dos três quartos, mais um lambe-lambe colore as paredes com rosas.
No corredor que dá acesso aos quartos, um patuá trazido de Salvador, um bordado com a árvore genealógica da família e um tecido do estofado de uma cadeira da bisavó dela contam mais histórias. Mesmo alugado, o apê se torna o universo da dupla, com memórias por todos os cantos para se lembrarem todos os dias de quem são — sim, isso cura.
Dicas da Trisha para dar personalidade à casa
- Herança valiosa. "Objetos de família e que têm significado para você precisam estar pela casa. Às vezes basta emoldurar ou colocar em lugar de destaque na parede e já faz a diferença."
- Paredes que contam histórias. "Pra mim, tudo pode ser pendurado. Um quadro, um prato, uma foto, um leque? tudo pode fazer uma composição que vai deixar sua parede mais linda."
- Cores, sempre. "Nada tem tanto poder para mudar um ambiente quanto as cores. Com a tinta podemos pintar a parede ao meio e fazer uma cabeceira, setorizar um ambiente? Há mil possibilidades com esse recurso."
“O Lar Doce Casa, perfil feito pela arquiteta Giselle Martos, sempre me deixa por dentro do que está rolando no mundo da decoração. Me inspira nesse sentido.” “O perfil da arquiteta Duda Senna tem me inspirado demais pelos conteúdos. Se eu contar a quantidade de perfis que eu sigo no instagram… não tá no gibi. Mas esse é um dos que mais gosto.”
@s que me inspiram
@lardocecasa
@dudasennaarquitetura